Desigualdade social dá ao Brasil uma das melhores odontologias do mundo
Financial Times indica que uma “cultura híbrida” é a razão para a boa qualidade da odontologia brasileira, que se desenvolveu na má distribuição de renda do país
Diogo Max
Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 10h27.
São Paulo - A qualidade da indústria odontológica brasileira chamou a atenção do jornal inglês Financial Times, um dos mais respeitados no mundo quando o assunto é economia e negócios. Para a publicação, os dentistas nacionais estão entre os melhores do mundo.
“Uma das coisas mais surpreendentes sobre o Brasil é que sua odontologia situa-se entre as melhores do mundo”, elogia a reportagem do jornal inglês, publicada nesta sexta-feira.
De acordo com o texto, a habilidade dos dentistas nacionais e o tamanho do mercado brasileiro, que se expandiu nos últimos anos, têm atraído grandes empresas fornecedoras, tanto dos EUA quanto da União Europeia.
O Financial Times indica também que uma “cultura híbrida” é a razão para a boa qualidade da odontologia brasileira, que se desenvolveu na má distribuição de renda do país.
“Uma grande minoria da população pode pagar - e exige - o tratamento mais sofisticado disponível”, diz a reportagem, assinada pelo correspondente Jonathan Wheatley. “Uma maioria muito maior tem que aceitar os serviços com um orçamento muito mais limitado”, critica o texto.
Crítica ácida
O jornal inglês comenta ainda um determinado caso da inovação na área odontológica brasileira, quando a cidade de Campinas, no interior de São Paulo, colocou flúor no sistema de abastecimento público.
O Financial Times, no entanto, ressalta que nem todas as condições no Brasil são ideais para a inovação. “Assim como é notória a desigualdade no país, também é a sua burocracia 'estupidificante'”, diz a reportagem.