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Deputados vão investigar racismo no futebol brasileiro

Requerimento pede investigação de denúncias envolvendo episódios de discriminação, nos quais Tinga e Arouca e juiz Márcio Chagas foram chamados de macaco

Tinga: agressão a Tinga ocorreu em fevereiro, durante partida válida pela Libertadores, na cidade de Huancayo, no Peru, quando torcedores do Real Garcilaso praticaram atos de racismo (Alexandre Loureiro/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 17h48.

Brasília - A Comissão Externa de Combate ao Racismo da Câmara dos Deputados aprovou hoje (30) a realização de diligências nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio Grande do Sul para investigar a prática de racismo no futebol .

O requerimento dos deputados Eurico Júnior (PV-RJ) e Beneditas da Silva (PT-RJ) pede a investigação de denúncias envolvendo três episódios de discriminação, nos quais os jogadores Tinga, do Cruzeiro, e Arouca, do Santos, e o juiz Márcio Chagas foram chamados de macaco durante as partidas.

A agressão a Tinga ocorreu em fevereiro, durante partida válida pela Copa Libertadores da América, na cidade de Huancayo, no Peru, quando torcedores do Real Garcilaso praticaram atos de racismo. Sempre que Tinga tocava na bola, a torcida peruana fazia sons imitando macaco. Após o episódio, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) abriu investigação preliminar e anunciou multa de US$ 12 mil (cerca de R$ 27,8 mil) no time peruano.

Em março, o volante Arouca, do Santos, foi chamado de macaco por torcedores do Mogi Mirim. O atleta classificou como "lamentável e inaceitável" os xingamentos. O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJDSP) julgou o time por ofensas e aplicou multa de R$ 50 mil. A presidenta Dilma Rousseff lamentou o ocorrido e recebeu os jogadores e representantes do movimento negro.

No caso do árbitro Márcio Chagas, ele trabalhou na partida entre Esportivo e Veranópolis pelo Campeonato Gaúcho, no dia 6, e depois encontrou bananas em seu carro, que também foi danificado por torcedores do Esportivo.

O caso foi parar na Justiça Desportiva e o pleno do TJD do estado decidiu tirar nove pontos do clube, que acabou rebaixado para a divisão de acesso com a decisão do tribunal.

Além dos casos envolvendo racismo no futebol, os parlamentares também vão investigar o episódio em que o ator Vinicius Romão de Souza permaneceu mais de 15 dias preso por ter sido acusado de ter assaltado uma mulher. No registro de ocorrência, o policial militar que fez a prisão disse que nenhum pertence da vítima foi encontrado com o ator.

Também vai ser investigada a morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante uma operação no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, no dia 16 de março. Durante o socorro prestado em viatura policial, Cláudia ainda foi arrastada por cerca de 250 metros ao cair do veículo.

Esta semana, ato de racismo praticado contra o brasileiro Daniel Alves, jogador do Barcelona, em partida contra o Villareal, na final da Copa do Rei, domingo (27), na Espanha.

Após o ocorrido, foi lançada a campanha #somostodosmacacos, iniciada com a divulgação da foto do jogador Neymar segurando uma banana, ao lado do filho. Artistas, jornalistas e também a presidenta Dilma Rousseff apoiaram a ideia.

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Brasília - A Comissão Externa de Combate ao Racismo da Câmara dos Deputados aprovou hoje (30) a realização de diligências nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio Grande do Sul para investigar a prática de racismo no futebol .

O requerimento dos deputados Eurico Júnior (PV-RJ) e Beneditas da Silva (PT-RJ) pede a investigação de denúncias envolvendo três episódios de discriminação, nos quais os jogadores Tinga, do Cruzeiro, e Arouca, do Santos, e o juiz Márcio Chagas foram chamados de macaco durante as partidas.

A agressão a Tinga ocorreu em fevereiro, durante partida válida pela Copa Libertadores da América, na cidade de Huancayo, no Peru, quando torcedores do Real Garcilaso praticaram atos de racismo. Sempre que Tinga tocava na bola, a torcida peruana fazia sons imitando macaco. Após o episódio, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) abriu investigação preliminar e anunciou multa de US$ 12 mil (cerca de R$ 27,8 mil) no time peruano.

Em março, o volante Arouca, do Santos, foi chamado de macaco por torcedores do Mogi Mirim. O atleta classificou como "lamentável e inaceitável" os xingamentos. O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJDSP) julgou o time por ofensas e aplicou multa de R$ 50 mil. A presidenta Dilma Rousseff lamentou o ocorrido e recebeu os jogadores e representantes do movimento negro.

No caso do árbitro Márcio Chagas, ele trabalhou na partida entre Esportivo e Veranópolis pelo Campeonato Gaúcho, no dia 6, e depois encontrou bananas em seu carro, que também foi danificado por torcedores do Esportivo.

O caso foi parar na Justiça Desportiva e o pleno do TJD do estado decidiu tirar nove pontos do clube, que acabou rebaixado para a divisão de acesso com a decisão do tribunal.

Além dos casos envolvendo racismo no futebol, os parlamentares também vão investigar o episódio em que o ator Vinicius Romão de Souza permaneceu mais de 15 dias preso por ter sido acusado de ter assaltado uma mulher. No registro de ocorrência, o policial militar que fez a prisão disse que nenhum pertence da vítima foi encontrado com o ator.

Também vai ser investigada a morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante uma operação no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, no dia 16 de março. Durante o socorro prestado em viatura policial, Cláudia ainda foi arrastada por cerca de 250 metros ao cair do veículo.

Esta semana, ato de racismo praticado contra o brasileiro Daniel Alves, jogador do Barcelona, em partida contra o Villareal, na final da Copa do Rei, domingo (27), na Espanha.

Após o ocorrido, foi lançada a campanha #somostodosmacacos, iniciada com a divulgação da foto do jogador Neymar segurando uma banana, ao lado do filho. Artistas, jornalistas e também a presidenta Dilma Rousseff apoiaram a ideia.

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