Demorei para entrar e agora demorei para sair, diz Imbassahy
Imbassahy despediu-se na tarde desta sexta-feira, 15, em discurso durante cerimônia de posse do sucessor, Carlos Marun (PMDB-MS)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 16h52.
Brasília - Pressionado para deixar o cargo, o ex-ministro da Secretaria de Governo , deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), despediu-se na tarde desta sexta-feira, 15, em discurso no Palácio do Planalto, em Brasília, durante cerimônia de posse do sucessor, o também deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
O tucano disse que o governo conseguiu aprovar tudo o que propôs durante seu período no Planalto e brincou que demorou a sair, assim como para ser nomeado, porque na Bahia "tudo acontece mais calmamente".
"Demorei para entrar (no governo), e agora demorei para sair", disse.
"Trabalhei com foco em manter a estabilidade política, os empregos e a renda das famílias. A articulação política é complexa por natureza e se acentua no pós-impeachment, com País em recessão profunda, dificuldades fiscais e fragmentação partidária."
Imbassahy se disse compromissado a contribuir para o processo desafiador de transição. O ex-ministro afirmou que retomará seu mandato de deputado na Câmara. Imbassahy fez uma série de agradecimentos, disse que conquistou a amizade de Temer, e que o governo do peemedebista será lembrado pelos avanços conquistados na reconstrução nacional.
Imbassahy lembrou que entrou no governo por compromisso com as reformas do PSDB, que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Emocionado, ele disse ter feito o melhor trabalho possível e disse que pôs seu coração à prova "morando aqui no Palácio do Planalto e com direito a finais de semana no Jaburu".
O ex-ministro se disse aliviado por sair do cargo com o coração em bom estado e que nem mesmo Michel Temer, "homem de bom coração", conseguiu ficar com a saúde imune em tal ritmo de trabalho e precisou colocar stents. "Em tempo de reformas, fez uma reforma cardíaca para continuar a todo vapor", disse Imbassahy.
A cerimônia de transmissão do cargo chegou a ser marcada e postergada duas vezes - ontem, por problemas de saúde do presidente, e no início do mês, por causa da crise do governo com o desembarque do PSDB.