Delúbio liga empréstimo de R$ 12 mi do Schahin a campanha
Delúbio foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente - na Operação Carbono 14, desdobramento 27 da Lava Jato
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2016 às 12h43.
São Paulo - Em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira, dia 1º, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirmou que o que sabe sobre o empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004, "remonta à campanha eleitoral municipal de Campinas (SP)", naquele ano.
Delúbio foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente - na Operação Carbono 14, desdobramento 27 da Lava Jato.
Dois executivos ligados ao Grupo Schahin - Salim Schahin e Sandro Tordin - haviam relatado, em delação premiada, em 2015, a influência do ex-ministro da Casal Civil José Dirceu (Governo Lula) e de Delúbio em empréstimo a Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva .
Segundo o ex-presidente do Banco Schahin Sandro Tordin, o ex-ministro Dirceu e Delúbio "influíram na agilização da liberação" de empréstimos a Bumlai.
Em 14 de dezembro de 2015, em seis horas e meia de depoimento, Bumlai admitiu à Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato , que os R$ 12 milhões que tomou de empréstimo junto ao Banco Schahin foram destinados ao PT.
O pecuarista sustentou que aceitou tomar o empréstimo para atender a pedido de Tordin e do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares - mais tarde condenado no processo do mensalão. Segundo Bumlai, na época o PT "possuía muita força no cenário nacional e ele não queria se indispor com seus representantes".
O ex-tesoureiro foi questionado sobre a uma reunião que teria ocorrido na sede do Banco Schahin para "propiciar o empréstimo", com os executivos Sandro Tordin, Salim Schahin, Carlos Eduardo Schahin, Milton Schahin e com Bumlai.
No depoimento, Delúbio disse que "nunca tratou sobre tal empréstimo com ninguém" e "que não se recorda se já esteve em reunião com as aludidas pessoas
Afirmou, ainda, que mesmo que "tal reunião tenha ocorrido, sua (eventual) presença nunca teve o objetivo de constituir um 'aval' para tal empréstimo, que desconhecia".
A Operação Carbono 14 trilhou do caminho dos R$ 12 milhões e descobriu que R$ 6 milhões foram repassados ao empresário ao Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP). Dono do Diário do Grande ABC e da Expresso Nova, ele foi preso na sexta-feira. Os investigadores da Lava Jato querem sabe por que Ronan foi destinatário final dos R$ 6 milhões.
Delúbio disse que não conhece Ronan. "Perguntado se sabe informar sobre a razão da destinação de cerca de R$ 6 milhões dos valores emprestados por José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin em favor de Ronan Maria Pinto, respondeu que desconhece; que só soube de tais valores por conta de notícias recentemente veiculadas na imprensa", diz o depoimento.
O ex-tesoureiro afirmou, ainda, à Carbono 14 que nunca abordou com Salim Schahin "sobre algum assunto relacionado a serviço prestado pelo Banco ao partido". Delúbio relatou que conheceu Sandro Tordin no passado, como diretor do Banco, e encontrou-se com ele poucas vezes, "pelos mesmos motivos já expostos em relação a Salim Schahin".
"Perguntado se tem conhecimento das circunstâncias em que ocorreu o empréstimo de R$ 12 milhões pelo Banco Schahin para José Carlos Bumlai, respondeu que o que sabe sobre o assunto remonta à campanha eleitoral municipal de Campinas/SP, em 2004; que nessa eleição, o PT não foi para o segundo turno, tendo ido um outro candidato do PDT, Dr. Hélio", explicou.
O ex-tesoureiro do PT detalhou um encontro com marqueteiros do candidato do PDT. Os publicitários do Dr. Hélio - Armando (Peralta) e Giovani (Favieri) - procuraram Delúbio pedindo apoio do PT. Na reunião estavam o ex-tesoureiro e os publicitários.
"O declarante lhes disse que conseguiria o apoio de cerca de 70% do PT à candidatura do Dr. Hélio, mas os publicitários disseram que gostariam de um apoio financeiro, cerca de R$ 5 milhões, ocasião em que o declarante disse que o Partido não dispunha de recursos", aponta o depoimento.
De acordo com Delúbio Soares, os publicitários perguntaram se eles poderiam "arranjar" tais recursos por conta própria. O ex-tesoureiro informou que não via qualquer problema nisso.
"Alguns dias depois", disse Delúbio em depoimento, "Sandro Tordin lhe procurou junto com os aludidos publicitários, também na sede do PT nacional, perguntando se a eleição de Campinas era importante para o PT". O ex-tesoureiro "respondeu que sim, já que a disputa era entre PDT e PSDB."
Delúbio contou à PF que na reunião "não foi falado sobre empréstimo ou valores". Ele disse que desconhecia que Sandro Tordin ou o Banco Schahin iriam realizar qualquer empréstimo por conta dessa conversa.
Houve ainda um terceiro encontro, com Dr. Hélio e um dos publicitários, ocasião em o pedetista "lhe disse que era importante o apoio político do PT, mas que novamente não foi falado sobre qualquer empréstimo do Banco Schahin.
O ex-tesoureiro afirmou que apenas soube do empréstimo de R$ 12 milhões "por conta das notícias recentemente veiculadas na imprensa".
"Terminada a eleição, nem os publicitários, nem o Dr. Hélio e nem ninguém do Banco Schahin procuraram o declarante para tratar de qualquer auxílio financeiro", relatou.
São Paulo - Em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira, dia 1º, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirmou que o que sabe sobre o empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004, "remonta à campanha eleitoral municipal de Campinas (SP)", naquele ano.
Delúbio foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente - na Operação Carbono 14, desdobramento 27 da Lava Jato.
Dois executivos ligados ao Grupo Schahin - Salim Schahin e Sandro Tordin - haviam relatado, em delação premiada, em 2015, a influência do ex-ministro da Casal Civil José Dirceu (Governo Lula) e de Delúbio em empréstimo a Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva .
Segundo o ex-presidente do Banco Schahin Sandro Tordin, o ex-ministro Dirceu e Delúbio "influíram na agilização da liberação" de empréstimos a Bumlai.
Em 14 de dezembro de 2015, em seis horas e meia de depoimento, Bumlai admitiu à Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato , que os R$ 12 milhões que tomou de empréstimo junto ao Banco Schahin foram destinados ao PT.
O pecuarista sustentou que aceitou tomar o empréstimo para atender a pedido de Tordin e do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares - mais tarde condenado no processo do mensalão. Segundo Bumlai, na época o PT "possuía muita força no cenário nacional e ele não queria se indispor com seus representantes".
O ex-tesoureiro foi questionado sobre a uma reunião que teria ocorrido na sede do Banco Schahin para "propiciar o empréstimo", com os executivos Sandro Tordin, Salim Schahin, Carlos Eduardo Schahin, Milton Schahin e com Bumlai.
No depoimento, Delúbio disse que "nunca tratou sobre tal empréstimo com ninguém" e "que não se recorda se já esteve em reunião com as aludidas pessoas
Afirmou, ainda, que mesmo que "tal reunião tenha ocorrido, sua (eventual) presença nunca teve o objetivo de constituir um 'aval' para tal empréstimo, que desconhecia".
A Operação Carbono 14 trilhou do caminho dos R$ 12 milhões e descobriu que R$ 6 milhões foram repassados ao empresário ao Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP). Dono do Diário do Grande ABC e da Expresso Nova, ele foi preso na sexta-feira. Os investigadores da Lava Jato querem sabe por que Ronan foi destinatário final dos R$ 6 milhões.
Delúbio disse que não conhece Ronan. "Perguntado se sabe informar sobre a razão da destinação de cerca de R$ 6 milhões dos valores emprestados por José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin em favor de Ronan Maria Pinto, respondeu que desconhece; que só soube de tais valores por conta de notícias recentemente veiculadas na imprensa", diz o depoimento.
O ex-tesoureiro afirmou, ainda, à Carbono 14 que nunca abordou com Salim Schahin "sobre algum assunto relacionado a serviço prestado pelo Banco ao partido". Delúbio relatou que conheceu Sandro Tordin no passado, como diretor do Banco, e encontrou-se com ele poucas vezes, "pelos mesmos motivos já expostos em relação a Salim Schahin".
"Perguntado se tem conhecimento das circunstâncias em que ocorreu o empréstimo de R$ 12 milhões pelo Banco Schahin para José Carlos Bumlai, respondeu que o que sabe sobre o assunto remonta à campanha eleitoral municipal de Campinas/SP, em 2004; que nessa eleição, o PT não foi para o segundo turno, tendo ido um outro candidato do PDT, Dr. Hélio", explicou.
O ex-tesoureiro do PT detalhou um encontro com marqueteiros do candidato do PDT. Os publicitários do Dr. Hélio - Armando (Peralta) e Giovani (Favieri) - procuraram Delúbio pedindo apoio do PT. Na reunião estavam o ex-tesoureiro e os publicitários.
"O declarante lhes disse que conseguiria o apoio de cerca de 70% do PT à candidatura do Dr. Hélio, mas os publicitários disseram que gostariam de um apoio financeiro, cerca de R$ 5 milhões, ocasião em que o declarante disse que o Partido não dispunha de recursos", aponta o depoimento.
De acordo com Delúbio Soares, os publicitários perguntaram se eles poderiam "arranjar" tais recursos por conta própria. O ex-tesoureiro informou que não via qualquer problema nisso.
"Alguns dias depois", disse Delúbio em depoimento, "Sandro Tordin lhe procurou junto com os aludidos publicitários, também na sede do PT nacional, perguntando se a eleição de Campinas era importante para o PT". O ex-tesoureiro "respondeu que sim, já que a disputa era entre PDT e PSDB."
Delúbio contou à PF que na reunião "não foi falado sobre empréstimo ou valores". Ele disse que desconhecia que Sandro Tordin ou o Banco Schahin iriam realizar qualquer empréstimo por conta dessa conversa.
Houve ainda um terceiro encontro, com Dr. Hélio e um dos publicitários, ocasião em o pedetista "lhe disse que era importante o apoio político do PT, mas que novamente não foi falado sobre qualquer empréstimo do Banco Schahin.
O ex-tesoureiro afirmou que apenas soube do empréstimo de R$ 12 milhões "por conta das notícias recentemente veiculadas na imprensa".
"Terminada a eleição, nem os publicitários, nem o Dr. Hélio e nem ninguém do Banco Schahin procuraram o declarante para tratar de qualquer auxílio financeiro", relatou.