Defesa não quer transferência de ex-PM suspeito da morte de Marielle
Advogado Pablo Andrade alega que Orlando Curicica ficará mais longe da família e sem ter um contato mais próximo com seus advogados
Agência Brasil
Publicado em 15 de maio de 2018 às 16h42.
O advogado Pablo Andrade, que defende o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, vai entrar agora à tarde com um habeas corpus no Tribunal de Justiça para tentar reverter a decisão da 5ª Vara Criminal da Capital, que autorizou ontem (14) a transferência do detento para um presídio federal de segurança máxima fora do Rio .
Em depoimento à Delegacia de Homicídios, uma testemunha acusou Curicica de se articular com o vereador Marcello Siciliano (PHS) para o assassinato da vereadora Marielle Franco .
Andrade alega que Orlando Curicica ficará mais longe da família e sem ter um contato mais próximo com seus advogados.
O outro advogado de defesa, Renato Darlan, já tinha informado que Orlando Curicica havia sofrido uma tentativa de envenenamento no presídio de segurança máxima Bangu 9, além de ter sido ameaçado por outros internos. "A partir daí, ele só fazia refeições trazidas pela família diariamente, o que era permitido", informou Darlan.
De lá, Curicica foi transferido para o presídio de segurança máxima Bangu 1, também no Complexo de Gericinó, onde está atualmente, "mas, nessa cadeia, o preso não pode receber comida de fora, apenas a que é servida pelo Estado", informou a defesa.
Pedido de transferência
O MP alegou, em seu pedido, que a transferência "é de grande relevância para o interesse da segurança pública, visando a inibir a atuação do preso e coibir eventuais associações criminosas, bem como quaisquer outras práticas que atentem contra o Estado e a população".
De acordo com a Justiça, Curicica é apontado como principal líder do grupo criminoso conhecido como Milícia de Jacarepaguá.
O ex-PM é acusado da morte do ex-presidente da escola de samba Parque Curicica, Wagner Raphael de Souza, em 2015. O carro da vítima foi atingido por 12 tiros. Orlando Curicica também é acusado de comandar a milícia na Curicica e no Camorim, na zona oeste.