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Defesa de preso na Lava Jato nega encontro com Cardozo

Advogados do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, afirmaram que não participaram de reunião com o ministro da Justiça

Agentes da Polícia Federal durante Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 20h11.

São Paulo - Os advogados do vice-presidente da Camargo Corrêa preso na Lava Jato , Eduardo Hermelino Leite, afirmam em petição encaminhada à Justiça Federal nesta sexta-feira, 20, que não participaram da reunião com o ministro da Justiça , José Eduardo Cardozo e que nunca buscaram "qualquer interferência externa no presente processo judicial".

"Destaque-se, por importante, nenhum dos advogados constituídos na Operação Lava Jato, dotados de procuração outorgada pelo requerente Eduardo Leite, fez qualquer contato extra autos a fim obter interferência política em favor do peticionante", afirma o documento.

"Vale dizer, nenhum dos integrantes dos escritórios 'Advocacia Mariz de Oliveira' e de 'Arns de Oliveira e Andreazza Advogados Associados', únicos com procuração outorgada por Eduardo Leite, participou da reunião mencionada na decisão citada, tampouco buscou qualquer interferência externa no presente processo judicial" assinalam os defensores.

Na petição, a defesa do executivo da Camargo Corrêa contesta a decisão do juiz Sérgio Moro de quarta-feira, dia 18, que determinou nova prisão preventiva de quatro executivos alvos da Lava Jato, entre os quais três da Camargo Corrêa. Na ocasião, o magistrado citou o encontro de defensores de empreiteiras com Cardozo, o que classificou como "intolerável" e "indevida interferência política". Os defensores pedem a reconsideração da decisão e a revogação da prisão de Eduardo Leite.

"Embora os episódios ainda não tenham sido totalmente esclarecidos, trata-se, a ver deste Juízo, de uma indevida, embora mal sucedida, tentativa dos acusados e das empreiteiras de obter uma interferência política em seu favor no processo judicial", alertou o juiz. "Evidentemente, não com o oferecimento de vantagem indevida, mas certamente com o recorrente discurso de que as empreiteiras e os acusados são muito importantes e bem relacionadas para serem processadas ou punidas e que cabe ao Governo ajudá-las de alguma forma."

Na petição desta sexta, contudo, os defensores de Eduardo Leite afirmam que "em momento algum procuraram se utilizar de posicionamentos políticos como forma de obtenção de resultados na esfera judiciária do presente caso".

"Destaca-se que todos os atos dos advogados constituídos em favor de Eduardo Leite foram praticados perante este juízo ou através das autoridades policiais e ministeriais com perfeita transparência e publicidade, sem qualquer intervenção junto a autoridades políticas, e tampouco há que se falar em coação a testemunhas por parte do requerente Eduardo Leite", assinalam os advogados.

O pedido ainda vai ser analisado pelo juiz Sérgio Moro, que vai decidir se revoga ou não a nova prisão de Eduardo Leite.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaMinistério da Justiça e Segurança PúblicaOperação Lava Jato

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