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Defesa de Dilma busca evitar impeachment no Senado

"(...) não são as provas processuais que estão levando Dilma à destituição, o que está levando a sua destituição é uma decisão política", disse defensora

Dilma Rousseff: o Senado ouvirá as seis testemunhas de Dilma (Igo Estrela/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 11h08.

Os senadores brasileiros irão ouvir nesta sexta-feira as testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, no segundo dia de um julgamento histórico que, ao que tudo indica, terminará com o impeachment da presidente afastada.

As pesquisas e os analistas concordam que a tendência é praticamente irreversível em favor da destituição da presidente, suspensa em maio, para a qual é necessária uma maioria especial de 54 votos (dois terços) de um plenário de 81 senadores.

Como referência, o mesmo plenário aprovou há 15 dias com 59 votos o relatório da Comissão Especial que recomendava o julgamento da presidente afastada.

"Cada vez mais vamos falar que isso é um golpe, porque não são as provas processuais que estão levando Dilma à destituição, o que está levando a sua destituição é uma decisão política", disse à AFP a senadora Vanessa Grazziottin, defensora da presidente afastada.

Se Dilma, que é acusada de maquiar as contas públicas, for destituída, colocará fim a mais de 13 anos de governos do PT, abalado por revelações de grandes escândalos de corrupção, incluindo a mega fraude da Petrobras.

E Michel Temer, vice-presidente de Dilma por cinco anos e agora seu arqui-inimigo, completaria seu mandato até 2018.

"Este processo é uma farsa, foi montado exatamente para criminalizar a presidente Dilma", disse a senadora Gleisi Hoffman ao iniciar a sessão desta sexta-feira, que começou com um pequeno atraso após as 09h40 e pode se estender sem pausa até sábado.

O Senado ouvirá as seis testemunhas de Dilma, entre elas o ex-ministro da Economia Nelson Barbosa, depois de um acalorado primeiro dia de julgamento, no qual foram ouvidas em mais de 12 horas as duas testemunhas da acusação.

O futuro de Dilma

A primeira presidente do Brasil, de 68 anos e eleita em 2010 em meio a um "boom" econômico, se defenderá na segunda-feira, possivelmente acompanhada de seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva.

Deverá falar entre 30 e 60 minutos, segundo analistas, com um discurso mais dirigido à nação, e não aos senadores, que já têm uma opinião formada e que também poderão interrogá-la.

Depois serão realizadas as deliberações, que devem se prolongar até terça-feira, para iniciar a votação.

"O que pode acontecer com a intervenção da presidente é uma ampliação da quantidade de votos favoráveis ao impeachment. À medida que o processo avança, fica cada vez mais claro que a presidente cometeu crimes", indicou Cassio Cunha Lima, do PSDB.

O presidente da Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, pediu aos senadores-juízes que deixem de lado suas posições ideológicas e partidárias, mas precisou repetidamente colocar ordem nos tensos debates do Senado.

Caso seja condenada, Dilma, que militou em uma guerrilha marxista durante a ditadura (1964-1985), ficará inabilitada para ocupar cargos públicos por oito anos.

A presidente insiste que é inocente e denuncia ser vítima de um "golpe de Estado" orquestrado por Temer.

Ela é acusada de violar as normas fiscais ao manipular dados que permitiram ocultar a verdadeira situação das contas públicas de seu governo, e emitir por decreto linhas de crédito extraordinárias sem o aval do Congresso.

A presidente alega que estas práticas eram corriqueiras no Brasil.

Isolada desde sua suspensão em uma espécie de exílio no Palácio da Alvorada, Dilma pediu para "manter viva a esperança", embora a derrota pareça inevitável inclusive para seus partidários.

A direção do PT rejeitou por ampla maioria o referendo para adiantar as eleições proposto pela presidente se voltasse ao poder, e nas ruas de Brasília não há manifestantes perto do Congresso, onde foram instaladas barreiras por segurança.

"Este é o dia da vergonha nacional", disse Lula nesta sexta-feira.

Crise econômica

O Brasil atravessa a pior recessão em décadas e está atingido por uma alta inflação, desemprego e por um déficit de 45 bilhões de dólares.

Desde que assumiu o governo, com o aval dos mercados, Temer disse que encaminhar a economia é uma prioridade e que não hesitará em tomar medidas, inclusive impopulares, para colocar ordem nas contas. Tudo isso com uma popularidade de apenas 13% e sem a legitimidade das urnas.

Segundo meios de comunicação, Temer aposta que o julgamento terminará antes de sua viagem à China, na próxima quarta-feira, para participar da reunião do G20, onde quer chegar sem o título de interino. O PT, por sua vez, tenta atrasar o processo.

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Os senadores brasileiros irão ouvir nesta sexta-feira as testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, no segundo dia de um julgamento histórico que, ao que tudo indica, terminará com o impeachment da presidente afastada.

As pesquisas e os analistas concordam que a tendência é praticamente irreversível em favor da destituição da presidente, suspensa em maio, para a qual é necessária uma maioria especial de 54 votos (dois terços) de um plenário de 81 senadores.

Como referência, o mesmo plenário aprovou há 15 dias com 59 votos o relatório da Comissão Especial que recomendava o julgamento da presidente afastada.

"Cada vez mais vamos falar que isso é um golpe, porque não são as provas processuais que estão levando Dilma à destituição, o que está levando a sua destituição é uma decisão política", disse à AFP a senadora Vanessa Grazziottin, defensora da presidente afastada.

Se Dilma, que é acusada de maquiar as contas públicas, for destituída, colocará fim a mais de 13 anos de governos do PT, abalado por revelações de grandes escândalos de corrupção, incluindo a mega fraude da Petrobras.

E Michel Temer, vice-presidente de Dilma por cinco anos e agora seu arqui-inimigo, completaria seu mandato até 2018.

"Este processo é uma farsa, foi montado exatamente para criminalizar a presidente Dilma", disse a senadora Gleisi Hoffman ao iniciar a sessão desta sexta-feira, que começou com um pequeno atraso após as 09h40 e pode se estender sem pausa até sábado.

O Senado ouvirá as seis testemunhas de Dilma, entre elas o ex-ministro da Economia Nelson Barbosa, depois de um acalorado primeiro dia de julgamento, no qual foram ouvidas em mais de 12 horas as duas testemunhas da acusação.

O futuro de Dilma

A primeira presidente do Brasil, de 68 anos e eleita em 2010 em meio a um "boom" econômico, se defenderá na segunda-feira, possivelmente acompanhada de seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva.

Deverá falar entre 30 e 60 minutos, segundo analistas, com um discurso mais dirigido à nação, e não aos senadores, que já têm uma opinião formada e que também poderão interrogá-la.

Depois serão realizadas as deliberações, que devem se prolongar até terça-feira, para iniciar a votação.

"O que pode acontecer com a intervenção da presidente é uma ampliação da quantidade de votos favoráveis ao impeachment. À medida que o processo avança, fica cada vez mais claro que a presidente cometeu crimes", indicou Cassio Cunha Lima, do PSDB.

O presidente da Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, pediu aos senadores-juízes que deixem de lado suas posições ideológicas e partidárias, mas precisou repetidamente colocar ordem nos tensos debates do Senado.

Caso seja condenada, Dilma, que militou em uma guerrilha marxista durante a ditadura (1964-1985), ficará inabilitada para ocupar cargos públicos por oito anos.

A presidente insiste que é inocente e denuncia ser vítima de um "golpe de Estado" orquestrado por Temer.

Ela é acusada de violar as normas fiscais ao manipular dados que permitiram ocultar a verdadeira situação das contas públicas de seu governo, e emitir por decreto linhas de crédito extraordinárias sem o aval do Congresso.

A presidente alega que estas práticas eram corriqueiras no Brasil.

Isolada desde sua suspensão em uma espécie de exílio no Palácio da Alvorada, Dilma pediu para "manter viva a esperança", embora a derrota pareça inevitável inclusive para seus partidários.

A direção do PT rejeitou por ampla maioria o referendo para adiantar as eleições proposto pela presidente se voltasse ao poder, e nas ruas de Brasília não há manifestantes perto do Congresso, onde foram instaladas barreiras por segurança.

"Este é o dia da vergonha nacional", disse Lula nesta sexta-feira.

Crise econômica

O Brasil atravessa a pior recessão em décadas e está atingido por uma alta inflação, desemprego e por um déficit de 45 bilhões de dólares.

Desde que assumiu o governo, com o aval dos mercados, Temer disse que encaminhar a economia é uma prioridade e que não hesitará em tomar medidas, inclusive impopulares, para colocar ordem nas contas. Tudo isso com uma popularidade de apenas 13% e sem a legitimidade das urnas.

Segundo meios de comunicação, Temer aposta que o julgamento terminará antes de sua viagem à China, na próxima quarta-feira, para participar da reunião do G20, onde quer chegar sem o título de interino. O PT, por sua vez, tenta atrasar o processo.

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