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Dilma enfrenta bateria de perguntas sobre temas polêmicos

Na entrevista coletiva, foram abordados assuntos como a crise econômica, a situação do ministro do Turismo e a necessidade de mais um imposto para a saúde

Dilma Rousseff mostrou-se preocupada com a paralisação das obras em Cumbica (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Dilma Rousseff mostrou-se preocupada com a paralisação das obras em Cumbica (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 18h57.

São Paulo – Dilma Rousseff concedeu na manhã desta quarta-feira uma entrevista coletiva que não estava prevista em sua agenda. Mais do que as palavras ditas – não houve nenhuma declaração bombástica –, o que chamou a atenção foi a disposição da presidente da República de falar sobre vários temas polêmicos que envolvem o governo federal.

No meio de uma roda de jornalistas improvisada em um hotel em Brasília, onde está sendo realizado um seminário sobre compras governamentais, Dilma comentou rapidamente a possibilidade de saída do ministro do Turismo, Pedro Novais. “Vamos avaliar a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila.” Perguntada se o ministro já tinha lhe dado explicações, a presidente disse que ainda não.

Dilma também falou sobre a necessidade de um novo imposto para financiar os investimentos em saúde. “Se você quiser um sistema universal, gratuito e de qualidade, tem de colocar mais dinheiro e melhorar a gestão.”

A presidente disse que não controla o Congresso, mas deixou claro que “não é possível ter saúde de qualidade sem mais dinheiro”. “Até lá, eu vou brigar manhã, tarde e noite pela gestão na saúde. Porém, só com gestão não é possível resolver todos os problemas.”

Questionada sobre a decisão da Justiça Federal de São Paulo de paralisar as obras no aeroporto de Guarulhos, Dilma mostrou-se indignada e preocupada com a situação. “Não fizemos (a obra) em regime de urgência e emergência pensando na Copa do Mundo. Fizemos para atender Guarulhos em dezembro deste ano. Se tivermos interrupções, nem o governo nem a empresa (responsável pela obra) poderá ser responsabilizado.”


A presidente ressaltou que o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União foram avisados com antecedência sobre as obras. “Fizemos de forma clara e transparente.”

Na entrevista, Dilma comentou ainda as polêmicas discussões sobre a distribuição dos royalties do pré-sal, dizendo ser necessário um acordo sobre o tema que envolva os estados.

A crise internacional também foi abordada pela presidente, que não quis antecipar novas medidas econômicas. “É impossível que o Brasil tenha uma crise similar à registrada nos Estados Unidos e na zona do euro. Nós temos os instrumentos financeiros para enfrentar o problema”, disse Dilma Rousseff, que citou as reservas internacionais e os depósitos compulsórios.

Indagada sobre uma eventual utilização do Fundo Soberano para a compra de títulos europeus, Dilma afirmou que, embora o Brasil esteja sempre disposto a ajudar os países em dificuldade, "não acredita que seja necessário utilizar o Fundo Soberano".

"Teremos ainda um terceiro trimestre fraco, mas contamos com o quarto trimestre para dar um ressurgimento", disse a presidente, que prevê alta de "4%, 4 e pouco" para o PIB neste ano. "Aqui não tem recessão, recessão, recessão como lá fora. Aqui queremos crescimento, crescimento, crescimento."

De forma educada e demonstrando muita tranquilidade, a presidente Dilma Rousseff respondeu a todos os jornalistas presentes durante aproximadamente 25 minutos. A entrevista foi transmitida ao vivo pelo canal estatal NBR.

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