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De “Arca de Noé” a vice porta-voz: as chapas vão às ruas

Papel dos vices petistas é o mais confuso. Já nos índices de intenções de voto, nenhum candidato, com exceção do ex-presidente Lula, tem mais de 20%

Haddad em Curitiba: presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que ele está em estágio probatório (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Haddad em Curitiba: presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que ele está em estágio probatório (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 06h33.

Última atualização em 7 de agosto de 2018 às 08h14.

Passado o tempo limite para as convenções partidárias e da indicação dos vices, as chapas presidenciais começam, nesta terça-feira, a cumprir agenda Brasil afora. O registro da candidatura, quando a campanha começa oficialmente, é no 15. Nenhum candidato, com exceção do ex-presidente Lula, tem mais de 20% das intenções de voto.

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Algumas perguntas começarão a ser respondidas nesta terça-feira. Ou não. O PT terá uma reunião entre seu candidato a vice-presidente, Fernando Haddad, e sua candidata a vice-presidente, Manuela D’Ávila, do PCdoB. “Nós vamos rodar o país anunciando o plano Lula de governo”, afirmou Haddad em sua conta no Twitter. Difícil vai ser explicar a confusão. Haddad é o vice oficial, e Manuela deve assumir o posto caso a candidatura de Lula seja vetada pela justiça eleitoral. Haddad assumiria, então, a cabeça de chapa.

Segundo o PT, Haddad “será o porta-voz de Lula até o trâmite final da homologação da candidatura Lula na Justiça Eleitoral. Concluída essa etapa, a ex-deputada Manuela D’Ávila assumirá a posição de vice na chapa”. Ontem, Lula desistiu de um pedido de liberdade no Supremo para evitar que a corte antecipe o debate sobre sua elegibilidade. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que Haddad está em “estágio probatório”.

O papel dos vices petistas é sem dúvida o mais confuso do pleito, mas outras chapas já mostraram que não estão, digamos, 100% alinhadas. Ontem, o candidato à vice de Jair Bolsonado (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão, disse, em seu primeiro compromisso oficial, que o Brasil herdou a cultura de indolência dos índios e a malandragem dos africanos”. Questionado, Bolsonaro disse que não “não tem nada a ver” com as declarações.

Outra dúvida é sobre o papel de Kátia Abreu (PDT) na chapa do colega de partido Ciro Gomes. Tida como uma senadora combativa, Kátia afirmou ontem, ao ter sua candidatura oficializada, que será uma “vice disciplinada”. Ciro destacou sua postura crítica ao impeachment de Dilma Rousseff, deixando novos questionamentos sobre se vai mirar os eleitores do PT ou se vai se distanciar do ex-presidente Lula.

Os próximos dias também devem deixar mais claro se os adversários de Geraldo Alckmin (PSDB) conseguirão colar nele a imagem de político alinhado às velhas práticas políticas por estar alinhado com o Centrão. Alvaro Dias (Podemos) afirmou à Folha que o objetivo do grupo é a “manutenção do atual sistema político” e que a aliança é uma “Arca de Noé”.

Os 13 candidatos têm até o dia 7 de outubro para convencer os 140 milhões de eleitores brasileiros, principalmente os 60 milhões de indecisos, de que são a melhor opção para o Planalto.

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