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Cunha diz que não há como fugir da reforma política

Líder do PMDB afirmou que o Congresso não terá como fugir do debate sobre uma reforma política a partir de 2015

Eduardo Cunha (PMDB): deputado é cotado para presidir a Câmara pelos próximos dois anos (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 21h38.

Brasília - O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que o Congresso não terá como fugir do debate sobre uma reforma política a partir de 2015.

Cotado para presidir a Casa pelos próximos dois anos, o peemedebista defende que "qualquer tipo" de reforma entre na agenda legislativa.

"Acredito que uma agenda não vai fugir do início da próxima legislatura em qualquer circunstância, que é a reforma política. A reforma política tem de ser tratada de qualquer maneira. Qualquer tipo de proposta terá de ser debatida, terá de ser votada", disse.

A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) discursou após a vitória de ontem colocando a reforma como principal ação de seu segundo mandato. Apesar da proposta, Cunha frisou que o tema é parte da "agenda do Poder Legislativo" e não determinação do Executivo.

"A agenda do Poder Legislativo é ditada pelo Poder Executivo, infelizmente", disse. "A reforma política é a agenda mais urgente de origem do Poder Legislativo", afirmou.

O deputado acusou o PT de não ter apoiado a reforma que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentou colocar em votação neste ano.

O PT defende a realização de um plebiscito para a definição dos temas que entrarão na reforma e, por isso, obstruiu a votação da reforma sugerida por Alves no primeiro semestre.

"Diga-se de passagem que foi o PT que obstruiu a votação da reforma quando o Henrique tentou votar no início deste ano, quando houve uma janela entre medidas provisórias e projetos de urgência constitucional (que travam a pauta do Congresso). O PT só queria votar o financiamento público de campanha", alfinetou.

De acordo com Cunha, a reforma terá de ser colocada em pauta em razão de o Supremo Tribunal Federal (STF) poder decidir a qualquer momento sobre o financiamento privado de campanha.

A suspensão do financiamento por empresas é vista como certa pela Corte. "O Congresso vai ter de fazer alguma coisa", disse, sem detalhar qual proposta o PMDB defende. "Uma reforma terá de ser votada porque ninguém aguenta mais a eleição como está", concluiu.

Sequelas

Cunha considerou nesta segunda-feira que a derrota de integrantes da legenda na disputa eleitoral, ocorrida com a ajuda do PT, poderá trazer "sequelas" na relação entre os dois partidos, que compõem a chapa presidencial.

Cunha citou como principais origens de ressentimentos as derrotas sofridas pelo atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), na disputa do governo do Rio Grande do Norte.

E a do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, que concorreu no Ceará.

"O Henrique apoiou o governo da presidente Dilma e o PT, mas acabou derrotado pelo próprio PT no seu Estado", afirmou.

Para o deputado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais responsáveis pela derrota de Alves, que pela primeira vez ficará sem um cargo público em cerca de 45 anos como deputado federal.

"O presidente Lula entrou no horário eleitoral e defendeu a candidatura de uma pessoa que talvez ele nunca tenha conhecido na vida, em detrimento do Henrique, que foi um aliado fiel do governo Dilma e do governo Lula, como líder do PMDB na Câmara", lamentou.

"O Henrique foi derrotado pelo PT. Assim como o Eunício foi derrotado diretamente pelo PT. Obviamente alguma sequela vai ter", disse.

Assim como ocorreu no primeiro mandato da presidente Dilma, o deputado defendeu ainda que a legenda tenha voz na discussão de projetos do governo.

"No primeiro mandato da presidente Dilma, apesar do PMDB fazer parte da chapa, ele não fez parte do governo. Pode ser que no segundo mandato o faça. É isso que eu estou entendendo com o discurso de pacificação, de união, que ele possa fazer, que possa promover. Senão, vamos ficar com a mesma ocupação de um espaço na chapa, mas sem a ocupação de um espaço efetivo no qual a gente possa ter de voz ativa do processo de discussão de governo, de proposição legislativa e de governo".

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"Acredito que uma agenda não vai fugir do início da próxima legislatura em qualquer circunstância, que é a reforma política. A reforma política tem de ser tratada de qualquer maneira. Qualquer tipo de proposta terá de ser debatida, terá de ser votada", disse.

A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) discursou após a vitória de ontem colocando a reforma como principal ação de seu segundo mandato. Apesar da proposta, Cunha frisou que o tema é parte da "agenda do Poder Legislativo" e não determinação do Executivo.

"A agenda do Poder Legislativo é ditada pelo Poder Executivo, infelizmente", disse. "A reforma política é a agenda mais urgente de origem do Poder Legislativo", afirmou.

O deputado acusou o PT de não ter apoiado a reforma que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentou colocar em votação neste ano.

O PT defende a realização de um plebiscito para a definição dos temas que entrarão na reforma e, por isso, obstruiu a votação da reforma sugerida por Alves no primeiro semestre.

"Diga-se de passagem que foi o PT que obstruiu a votação da reforma quando o Henrique tentou votar no início deste ano, quando houve uma janela entre medidas provisórias e projetos de urgência constitucional (que travam a pauta do Congresso). O PT só queria votar o financiamento público de campanha", alfinetou.

De acordo com Cunha, a reforma terá de ser colocada em pauta em razão de o Supremo Tribunal Federal (STF) poder decidir a qualquer momento sobre o financiamento privado de campanha.

A suspensão do financiamento por empresas é vista como certa pela Corte. "O Congresso vai ter de fazer alguma coisa", disse, sem detalhar qual proposta o PMDB defende. "Uma reforma terá de ser votada porque ninguém aguenta mais a eleição como está", concluiu.

Sequelas

Cunha considerou nesta segunda-feira que a derrota de integrantes da legenda na disputa eleitoral, ocorrida com a ajuda do PT, poderá trazer "sequelas" na relação entre os dois partidos, que compõem a chapa presidencial.

Cunha citou como principais origens de ressentimentos as derrotas sofridas pelo atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), na disputa do governo do Rio Grande do Norte.

E a do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, que concorreu no Ceará.

"O Henrique apoiou o governo da presidente Dilma e o PT, mas acabou derrotado pelo próprio PT no seu Estado", afirmou.

Para o deputado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais responsáveis pela derrota de Alves, que pela primeira vez ficará sem um cargo público em cerca de 45 anos como deputado federal.

"O presidente Lula entrou no horário eleitoral e defendeu a candidatura de uma pessoa que talvez ele nunca tenha conhecido na vida, em detrimento do Henrique, que foi um aliado fiel do governo Dilma e do governo Lula, como líder do PMDB na Câmara", lamentou.

"O Henrique foi derrotado pelo PT. Assim como o Eunício foi derrotado diretamente pelo PT. Obviamente alguma sequela vai ter", disse.

Assim como ocorreu no primeiro mandato da presidente Dilma, o deputado defendeu ainda que a legenda tenha voz na discussão de projetos do governo.

"No primeiro mandato da presidente Dilma, apesar do PMDB fazer parte da chapa, ele não fez parte do governo. Pode ser que no segundo mandato o faça. É isso que eu estou entendendo com o discurso de pacificação, de união, que ele possa fazer, que possa promover. Senão, vamos ficar com a mesma ocupação de um espaço na chapa, mas sem a ocupação de um espaço efetivo no qual a gente possa ter de voz ativa do processo de discussão de governo, de proposição legislativa e de governo".

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