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Cunha diz que Lava Jato poupa "corruptores internacionais"

O ex-presidente da Câmara dos Deputados é acusado de receber em contas na Suíça propinas de ao menos R$ 5 milhões.

Cunha afirmou em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que é alvo de um processo político e que corruptores internacionais são poupados (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Cunha afirmou em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que é alvo de um processo político e que corruptores internacionais são poupados (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 22h13.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 22h24.

São Paulo - O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça-feira, 7, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que é alvo de um processo político e que corruptores internacionais são poupados.

"Gostaria também de dizer que estamos com um processo político aqui e que empresas estrangeiras, queria protestar, são poupadas de responsabilização e empresas brasileiras pagam bilhões no exterior além da perda de mercado."

Cunha foi interrogado como réu em uma ação penal em que é acusado de ter recebido em suas contas na Suíça propinas de ao menos R$ 5 milhões referentes à aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011.

O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção.

O Ministério Público Federal sustenta que parte destes recursos foi repassada para Cláudia Cruz, mulher de Cunha, também em contas no exterior - a transação está sendo investigada em outra ação, específica contra a mulher do peemedebista.

"A ação penal é indivisível, mas não houve, por exemplo, a responsabilização da Keppel Fels na sentença divulgada na semana passada, apesar da imputação direta da empresa pelo delator Zwi (Skornicki), ou da Samsung, onde é publica sua participação nos crimes de corrupção, que depôs o presidente da Coreia", afirmou Cunha, ao final da audiência que durou cerca de três horas.

"As punições não podem ser seletivas e poupar os corruptores internacionais. Falo com a autoridade de quem foi responsável pelo impeachment da ex-presidente da República para defender a legalidade no nosso País."

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