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Cueca e tortura: o destino de Bolsonaro

O deputado Jair Bolsonaro voltou, ontem, a ser alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato no Conselho de Ética. Ele é acusado de fazer apologia à tortura ao ter elogiado o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, reconhecido como torturador durante a ditadura militar. Nesta quarta-feira, ele tentará participar da comissão que […]

BOLSONARO: o Conselho de Ética escolhe na quarta-feira o relator do processo contra o deputado / Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados
DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 06h20.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.

O deputado Jair Bolsonaro voltou, ontem, a ser alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato no Conselho de Ética. Ele é acusado de fazer apologia à tortura ao ter elogiado o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, reconhecido como torturador durante a ditadura militar.

Nesta quarta-feira, ele tentará participar da comissão que acontecerá no plenário da Câmara sobre violência contra mulheres. Provavelmente, haverá confusão. Não seria a primeira vez que ele participaria de um evento com um tema que critica. Em 2013, tentou acompanhar a visita da Comissão da Verdade à sede do DOI-Codi, no Rio. Na ocasião, agrediu o senador Randolfe Rodrigues. Desse episódio, começou o primeiro pedido no Conselho de Ética para cassar seu mandato, que foi arquivado por unanimidade.

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Seu caso difere da média de cassações. Ele não falta às sessões como Felipe Cheidde e Mário Bouchardet, cassados em 1989 por excesso de faltas. Tampouco é vítima da repressão da ditadura, que cassou 173 parlamentares segundo um levantamento da própria Câmara.

Após a redemocratização, cassações ocorreram, em sua maioria, por envolvimento em escândalos de corrupção, como a CPI do Orçamento ou o Mensalão, ou ainda por compra de votos e até por participação no crime organizado, como o caso do ex-deputado Hildebrando Pascoal, do Acre.

O caso de Bolsonaro lembra mais a primeira cassação da história democrática brasileira. Em 1949, Edmundo Barreto Pinto perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar, após ser fotografado de smoking e cueca, em 1946, em uma reportagem da revista O Cruzeiro. Sete décadas depois, o Congresso vai decidir se elogiar um torturador é motivo suficiente para que Bolsonaro tenha o mesmo destino.

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