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Crise no PSL paralisa indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada

Presidente indicou o filho para o cargo há três meses, mas até agora intenção não foi formalizada e deverá demorar ainda mais depois de conflitos no partido

Eduardo Bolsonaro: nesta quinta-feira, deputado foi destituído do diretório estadual do PSL em São Paulo (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 21h06.

A atuação do presidente Jair Bolsonaro para colocar o seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), na liderança do PSL na Câmara, deixou em suspenso a possibilidade de o deputado assumir a embaixada do Brasil em Washington. O presidente indicou o filho para o cargo há três meses, mas até agora a intenção não foi formalizada.

Segundo avaliações de pessoas próximas ao presidente, a crise do PSL se tornou uma espécie de "saída honrosa", pelo menos por ora para Eduardo abandonar o projeto de ser embaixador.

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Auxiliares de Bolsonaro afirmam que, apesar da peregrinação, Eduardo não conseguiu convencer um número suficiente de senadores a apoiarem seu nome - o que poderia levar a uma derrota emblemática para o governo. Aliados minimizam a culpa do parlamentar no insucesso e colocam a conta no atraso da discussão da reforma da Previdência e nas dificuldades enfrentadas pelo governo com a liberação de emendas na Casa.

Outro ponto discutido com o presidente seria o futuro político de Eduardo, visto hoje pela rede bolsonarista e por pessoas próximas como a "escolha natural" como sucessor político do pai ante aos nomes dos filhos "01", o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e o "02", o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Em entrevista na Câmara ontem, Eduardo admitiu que o cargo no exterior havia ficado em segundo plano diante da crise no partido. "Todos os temas como a embaixada e a viagem para a Ásia são temas secundários. A gente está aqui para cuidar dos nossos eleitores, meu foco é ajudar o país", afirmou o filho do presidente logo após a bancada bolsonarista indicar seu nome para a liderança do PSL na Casa.

Oficialmente, o Palácio do Planalto não confirma que a indicação foi suspensa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no início do mês, Bolsonaro afirmou que aguardaria a votação da reforma da Previdência no Senado, mas deixou no ar um possível recuo de Eduardo. "(Com a demora para enviar a indicação) Ele se prepara melhor para enfrentar a sabatina, caso ele mantenha a ideia de ir para lá. Para mim seria interessante." O governo chegou a consultar os Estados Unidos sobre o nome de Eduardo para o posto e recebeu o sinal verde.

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