Brasil

Crise europeia vai piorar em 2011 e Bovespa pode cair 30%, prevê Ricardo Amorim

Economista acredita que faltará dinheiro para socorrer a Espanha

Ricardo Amorim prevê boas oportunidades de compras de ações (Divulgação)

Ricardo Amorim prevê boas oportunidades de compras de ações (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 09h58.

São Paulo - A Bovespa vai passar por grandes nervosismos em 2011 basicamente por dois motivos. O primeiro envolve a desaceleração na China e a conseqüente queda na demanda por commodities. O segundo - e mais significativo - é a intensificação da crise europeia, com reflexos no mundo inteiro.

A previsão é do economista Ricardo Amorim, presidente da Ricam Consultoria Empresarial, que participou do programa “Momento da Economia” desta quarta-feira (15), na Rádio EXAME.

“Eu diria que, no mínimo, nesse momento (de piora da crise europeia), a gente vai ver a Bovespa caindo 20%, talvez 30%, talvez mais. Vai depender do quão forte será o processo de contágio global.”

Ricardo Amorim acredita que não há recursos suficientes para socorrer países maiores e mais importantes do que a Irlanda e a Grécia. “Há dinheiro para Portugal, mas o passo seguinte é a Espanha, onde o buraco é grande demais, superando os recursos que o FMI e o fundo europeu possuem. Sem falar na necessidade de dinheiro para Itália e Bélgica.”

O economista explica que o aprofundamento da crise vai secar o crédito. “Como é provável que a gente tenha reestruturação de dívida soberana na Europa, quando isso acontecer, os bancos ingleses e alemães, que são os maiores credores, vão sentir. Com isso, as economias européias que hoje estão numa situação melhor deixarão de estar e é muito provável que o crédito seque temporariamente no mundo, como aconteceu no último trimestre de 2008. Isso vai fazer com que a crise europeia viaje (pelo mundo), coisa que até agora não aconteceu.”

Embora preveja um tombo da Bovespa, Ricardo Amorim vê ótimas possibilidades no horizonte. “Resumindo, eu estou extremamente otimista a médio e longo prazo, ou seja, eu acho que esse ajuste que vem por aí será uma tremenda oportunidade de compra (de ações). Nesse momento, eu prefiro esperar porque eu acho que a gente ainda vai ter oportunidades de compras a preços mais atraentes do que os de hoje.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista comenta o potencial de crescimento do Brasil, os desafios do governo Dilma e as perspectivas para a China. 

Acompanhe tudo sobre:AçõesCrises em empresasGoverno Dilma

Mais de Brasil

Taxação de sites como Shein, AliExpress e Shopee começa neste sábado; veja como vai funcionar

Em meio a desconfiança, PSDB realiza convenção para confirmar Datena e definir vice

Novas regras do BPC: como será a revisão do benefício que pode bloquear cadastros desatualizados

PGR denuncia Nikolas Ferreira por injúria contra Lula

Mais na Exame