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Costa culpa "maus políticos" por corrupção na Petrobras

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras disse que "maus políticos" foram responsáveis pela corrupção na empresa

Paulo Roberto Costa: Costa disse que políticos do PP, PMDB e do PT "são responsáveis por esquema de corrupção na Petrobras" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2015 às 23h06.

Brasília - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores e envolvidos no esquema de corrupção na estatal, disse nesta terça-feira que "maus políticos" foram responsáveis pela corrupção na empresa.

Em depoimento em Comissão Parlamentar de Inquérito (CRI) da Petrobras, Costa disse que políticos do PP, PMDB e do PT "são responsáveis por esquema de corrupção na Petrobras", e que ouviu de vários empresários que faziam doações políticas para depois recuperar os recursos.

"Nada disso teria acontecido se não fossem alguns maus políticos que levaram a Petrobras a fazer o que fez", afirmou. Costa citou na CPI o envolvimento dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Lindberg Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), entre outros, em “situações irregulares” referentes à petroleira.

Esses políticos e outros estão entre os investigados pelo Ministério Público Federal, com autorização do Supremo Tribunal Federal, e negam qualquer envolvimento no esquema.

Costa disse voltou a dizer que houve pagamento de propina ao parlamentar do PSDB Sérgio Guerra, já falecido, que teve como objetivo esvaziar uma CPI para investigar a estatal em 2009.

O ex-diretor relatou também um "pedido" de doação à campanha de Eduardo Campos (PSB) --também já falecido-- ao governo de Pernambuco. Costa afirmou ainda ter ouvido de empresários que “vários” repasses de recursos a partidos políticos vinham de esquema de propina e que faziam as doações com intuito de depois “recuperar” o investimento.

POLÍTICA DE PREÇOS

Costa defendeu ainda que problemas de gestão da companhia nos últimos anos prejudicaram mais a empresa do que a corrupção.

Ele disse que os prejuízos causados pela corrupção na Petrobras representam apenas 10 por cento das perdas da companhia com a política de preços de combustíveis adotada nos últimos anos, que mantinha preços internos mais baixos do que os praticados no exterior.

"Se você considerar que (a corrupção) na Petrobras custou 6 bilhões de reais, os subsídios aos combustíveis custaram 10 vezes isso." Segundo o ex-diretor, ele levou pedidos de reajuste dos preços dos combustíveis ao conselho, mas foram recusados.

"Eu levei isso para o conselho em 2010, 2011 e 2012, mas o presidente do conselho Guido Mantega (que era ministro da Fazenda) recusou", afirmou Costa. Em abril, a Justiça Federal do Paraná condenou Costa, o doleiro Alberto Youssef e outras seis pessoas por crimes como lavagem de dinheiro e por pertencerem a organização criminosa.

A condenação teve como base a denúncia de desvios de dinheiro na construção da Refinaria do Nordeste (Rnest) por meio de pagamento de contratos com sobrepreços a empresas que prestaram serviços direta ou indiretamente à Petrobras entre 2009 e 2014.

Costa, que fechou acordo de delação premiada e denunciou o esquema de sobrepreço e corrupção na Petrobras que alimentaria os cofres de partidos políticos, foi sentenciado a sete anos e seis meses de reclusão.

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Brasília - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores e envolvidos no esquema de corrupção na estatal, disse nesta terça-feira que "maus políticos" foram responsáveis pela corrupção na empresa.

Em depoimento em Comissão Parlamentar de Inquérito (CRI) da Petrobras, Costa disse que políticos do PP, PMDB e do PT "são responsáveis por esquema de corrupção na Petrobras", e que ouviu de vários empresários que faziam doações políticas para depois recuperar os recursos.

"Nada disso teria acontecido se não fossem alguns maus políticos que levaram a Petrobras a fazer o que fez", afirmou. Costa citou na CPI o envolvimento dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Lindberg Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), entre outros, em “situações irregulares” referentes à petroleira.

Esses políticos e outros estão entre os investigados pelo Ministério Público Federal, com autorização do Supremo Tribunal Federal, e negam qualquer envolvimento no esquema.

Costa disse voltou a dizer que houve pagamento de propina ao parlamentar do PSDB Sérgio Guerra, já falecido, que teve como objetivo esvaziar uma CPI para investigar a estatal em 2009.

O ex-diretor relatou também um "pedido" de doação à campanha de Eduardo Campos (PSB) --também já falecido-- ao governo de Pernambuco. Costa afirmou ainda ter ouvido de empresários que “vários” repasses de recursos a partidos políticos vinham de esquema de propina e que faziam as doações com intuito de depois “recuperar” o investimento.

POLÍTICA DE PREÇOS

Costa defendeu ainda que problemas de gestão da companhia nos últimos anos prejudicaram mais a empresa do que a corrupção.

Ele disse que os prejuízos causados pela corrupção na Petrobras representam apenas 10 por cento das perdas da companhia com a política de preços de combustíveis adotada nos últimos anos, que mantinha preços internos mais baixos do que os praticados no exterior.

"Se você considerar que (a corrupção) na Petrobras custou 6 bilhões de reais, os subsídios aos combustíveis custaram 10 vezes isso." Segundo o ex-diretor, ele levou pedidos de reajuste dos preços dos combustíveis ao conselho, mas foram recusados.

"Eu levei isso para o conselho em 2010, 2011 e 2012, mas o presidente do conselho Guido Mantega (que era ministro da Fazenda) recusou", afirmou Costa. Em abril, a Justiça Federal do Paraná condenou Costa, o doleiro Alberto Youssef e outras seis pessoas por crimes como lavagem de dinheiro e por pertencerem a organização criminosa.

A condenação teve como base a denúncia de desvios de dinheiro na construção da Refinaria do Nordeste (Rnest) por meio de pagamento de contratos com sobrepreços a empresas que prestaram serviços direta ou indiretamente à Petrobras entre 2009 e 2014.

Costa, que fechou acordo de delação premiada e denunciou o esquema de sobrepreço e corrupção na Petrobras que alimentaria os cofres de partidos políticos, foi sentenciado a sete anos e seis meses de reclusão.

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