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Contra déficit de médicos, OMS sugere treinar auxiliares

A OMS sugere que, no lugar de gastar com a importação de médicos, verbas poderiam ser investidas de forma mais eficiente mobilizando enfermeiros

Médicos estrangeiros do Mais Médicos visitam Realengo: os profissionais de saúde de nível médio "atendem tão bem quanto os médicos, se não mesmo melhor do que eles", aponta a OMS (Tânia Rego/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 12h42.

Genebra - Países como o Brasil que sofrem com a falta de médicos em algumas regiões poderiam resolver esse déficit treinando, formando e mobilizando parteiras, enfermeiras, auxiliares médicos e clínicos cirúrgicos para garantir o atendimento à população.

A recomendação está sendo publicada pela Organização Mundial de Saúde ( OMS ), no que seria a primeira análise sistemática que compara o atendimento de médicos e demais profissionais de saúde em dezenas de setores.

O estudo é uma resposta a esforços de governos em busca de encontrar soluções para regiões mais pobres e menos atrativas para médicos. A mensagem é de que, no lugar de gastar recursos com a formação ou a importação de médicos, verbas poderiam ser investidas de forma mais eficiente mobilizando outros profissionais.

Em nenhum momento, a OMS sugere que esses profissionais substituam de forma definitiva ou na totalidade os médicos nas regiões mais afetadas por falta de mão de obra.

Mas aponta que, em determinadas áreas da saúde, os profissionais de saúde de nível médio "atendem tão bem quanto os médicos, se não mesmo melhor do que eles". A OMS também insiste que essa opção não é uma recomendação apenas para países pobres. Isso porque grande parte dos estudos que comprovam essa tese foi realizada em países ricos.

"Nos países onde esses profissionais de saúde foram mobilizados, os resultados clínicos de determinados serviços foram tão bons quanto os daqueles realizados por médicos - e, em alguns casos, até melhores", indica o estudo, que compilou dados de 53 pesquisas diferentes realizadas em 18 países nos últimos 20 anos.


"Os nossos resultados derrubam o mito segundo o qual uma utilização mais extensa de profissionais de saúde de nível médio poderia levar a serviços de menor qualidade; apesar das limitações da evidência, aparentemente, em algumas áreas, eles chegaram a apresentar um desempenho superior ao dos médicos", diz a principal autora do estudo, Zohra Lassi, professora da Divisão de Saúde das Mulheres e Crianças na Universidade de Aga Khan em Karachi, Paquistão.

"A maior parte dos nossos resultados aponta para oportunidades que todos os países - tanto ricos quanto pobres - podem explorar."

Um dos resultados da pesquisa aponta que, "quando os cuidados são prestados às mães e aos recém-nascidos por parteiras, em vez de por médicos trabalhando com as parteiras, os índices do recurso à episiotomia (incisão cirúrgica feita para facilitar a saída do bebê, que pode levar a complicações) e à utilização de analgésicos são inferiores".

O estudo também aponta que, em campos como a prevenção e o tratamento de doenças cardíacas, diabetes, questões de saúde mental e infecção pelo HIV, o atendimento prestado por enfermeiras pode ser tão eficiente quanto aquele prestado pelos médicos caso haja treinamento.

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Genebra - Países como o Brasil que sofrem com a falta de médicos em algumas regiões poderiam resolver esse déficit treinando, formando e mobilizando parteiras, enfermeiras, auxiliares médicos e clínicos cirúrgicos para garantir o atendimento à população.

A recomendação está sendo publicada pela Organização Mundial de Saúde ( OMS ), no que seria a primeira análise sistemática que compara o atendimento de médicos e demais profissionais de saúde em dezenas de setores.

O estudo é uma resposta a esforços de governos em busca de encontrar soluções para regiões mais pobres e menos atrativas para médicos. A mensagem é de que, no lugar de gastar recursos com a formação ou a importação de médicos, verbas poderiam ser investidas de forma mais eficiente mobilizando outros profissionais.

Em nenhum momento, a OMS sugere que esses profissionais substituam de forma definitiva ou na totalidade os médicos nas regiões mais afetadas por falta de mão de obra.

Mas aponta que, em determinadas áreas da saúde, os profissionais de saúde de nível médio "atendem tão bem quanto os médicos, se não mesmo melhor do que eles". A OMS também insiste que essa opção não é uma recomendação apenas para países pobres. Isso porque grande parte dos estudos que comprovam essa tese foi realizada em países ricos.

"Nos países onde esses profissionais de saúde foram mobilizados, os resultados clínicos de determinados serviços foram tão bons quanto os daqueles realizados por médicos - e, em alguns casos, até melhores", indica o estudo, que compilou dados de 53 pesquisas diferentes realizadas em 18 países nos últimos 20 anos.


"Os nossos resultados derrubam o mito segundo o qual uma utilização mais extensa de profissionais de saúde de nível médio poderia levar a serviços de menor qualidade; apesar das limitações da evidência, aparentemente, em algumas áreas, eles chegaram a apresentar um desempenho superior ao dos médicos", diz a principal autora do estudo, Zohra Lassi, professora da Divisão de Saúde das Mulheres e Crianças na Universidade de Aga Khan em Karachi, Paquistão.

"A maior parte dos nossos resultados aponta para oportunidades que todos os países - tanto ricos quanto pobres - podem explorar."

Um dos resultados da pesquisa aponta que, "quando os cuidados são prestados às mães e aos recém-nascidos por parteiras, em vez de por médicos trabalhando com as parteiras, os índices do recurso à episiotomia (incisão cirúrgica feita para facilitar a saída do bebê, que pode levar a complicações) e à utilização de analgésicos são inferiores".

O estudo também aponta que, em campos como a prevenção e o tratamento de doenças cardíacas, diabetes, questões de saúde mental e infecção pelo HIV, o atendimento prestado por enfermeiras pode ser tão eficiente quanto aquele prestado pelos médicos caso haja treinamento.

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