Câmara livra Jean Wyllys de cassação, mas dá advertência
O deputado cuspiu em Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em abril do ano passado, na sessão que aprovou a abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2017 às 17h15.
Última atualização em 5 de abril de 2017 às 17h58.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou uma censura por escrito contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por ter cuspido no também deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
O episódio aconteceu em abril do ano passado, na sessão que aprovou a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
A decisão foi contrária ao parecer do relator do processo contra Wyllys, Ricardo Izar (PP-SP).
Inicialmente, Izar havia pedido a suspensão do mandato do deputado do Psol-RJ por 4 meses.
Hoje ele mudou a recomendação para suspensão do exercício do mandato pelo prazo de 30 dias.
Mesmo assim, seu parecer não foi acolhido.
Ele teve 4 votos favoráveis e 9 contra.
Coube ao deputado Julio Delgado (PSB-MG) ler o parecer vencedor, pela censura, que recebeu 13 favoráveis e nenhum contrário.
Fim do processo
Com a censura, o processo se esgota e não será mais levado ao Plenário da Casa.
Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, proferir a censura.
O processo administrativo contra Jean Wyllys foi proposto pela Mesa Diretora da Câmara (Representação 11/16), que pediu uma pena de seis meses de suspensão do mandato.
Wyllys não participou da reunião de hoje do Conselho.
Entenda o caso
No final do ano passado os dois depuseram no Conselho de Ética.
Wyllys alegou que reagiu a ofensas homofóbicas de Bolsonaro, ditas anteriormente à data do episódio e também no dia.
Bolsonaro negou as ofensas e disse que que no dia do impeachment dirigiu a Wyllys apenas a frase “Tchau, querida”, um dos bordões da campanha contra Dilma.
O deputado do Psol votou contra a abertura de processo de impedimento da ex-presidente. Bolsonaro votou a favor.
Izar reconheceu que Wyllys foi provocado, mas afirmou que a atitude dele, ao revidar cuspindo, possui “natureza injuriosa” e é incompatível com o decoro parlamentar.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Agência Câmara .