Com SUS sobrecarregado, Rio inaugura primeiro hospital de campanha
O hospital do Leblon foi concebido e financiado pela iniciativa privada, mas vai atuar à disposição do sistema público contra a covid-19
Clara Cerioni
Publicado em 25 de abril de 2020 às 16h09.
Sem leitos de UTI nas unidades estaduais de Saúde, o Rio de Janeiro inaugura neste sábado, 25, o primeiro hospital de campanha dentre os oito anunciados pelo governo para conter a pandemia do novo coronavírus.
Construído no Leblon, na zona sul da capital, a unidade abre hoje 30 leitos, sendo dez de UTI. Mais vagas serão disponibilizadas aos poucos, até chegar a 200 - divididos igualmente entre UTI e enfermaria.
O hospital do Leblon foi concebido e financiado pela iniciativa privada, mas vai atuar à disposição do sistema público. O projeto é da Rede D'Or, que também comandará as operações. A previsão é de que os primeiros pacientes da covid-19 cheguem ao local às 18h.
"A abertura dos hospitais de campanha vai nos possibilitar diminuir a pressão no nosso sistema de saúde. Com o tempo e a certeza de que não estaremos colocando vidas em risco, poderemos ter a volta gradual e regionalizada das atividades que hoje estão suspensas", afirmou o governador Wilson Witzel.
Quando anunciados, todos os hospitais de campanha tinham previsão de entrega para o dia 30 deste mês. Com exceção desse do Leblon, todos vão atrasar.
O próximo a ser inaugurado, nos primeiros dias de maio, é o do Maracanã, na zona norte. Maior unidade planejada pelo Estado, ele vai ter 400 leitos. Os demais hospitais serão inaugurados ao longo de maio, de acordo com a demanda de cada região.
Atualmente, o único hospital estadual do Rio com leitos de UTI disponíveis é o Regional Zilda Arns, em Volta Redonda, no sul do Estado.
No total, a taxa de ocupação da rede controlada pelo governo é de mais de 80% nos leitos para pacientes com quadros mais graves.
Segundo o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado na sexta-feira, o Rio tem 6.282 casos confirmados da covid-19, com 570 mortes.