Chefe da PF leva plano de segurança a Fachin após ameaças
Ministro do STF e relator de processos da Lava Jato disse que sua família está recebendo ameaças
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de abril de 2018 às 19h28.
Última atualização em 30 de abril de 2018 às 19h29.
Brasília - O diretor-geral da Polícia Federal , Rogério Galloro, se reuniu na tarde desta segunda-feira, 30, com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), para discutir questões pessoais de segurança do ministro e o reforço na equipe da Polícia Federal que acompanha os inquéritos em tramitação na Corte.
Em entrevista ao canal Globonews exibida no mês passado, Fachin - relator de processos da Lava Jato no STF - disse que sua família está recebendo ameaças. "Uma das preocupações que eu tenho não é só com o julgamento, mas também com a segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros da minha família", afirmou Fachin, em entrevista ao jornalista Roberto D'Avila.
"Algumas providências que solicitei à presidente e à Polícia Federal por intermédio da delegada que trabalha aqui no tribunal já estão sendo adotadas", disse Fachin.
Um dia depois da veiculação da entrevista, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, disse ao Estado que "a Justiça não se intimida" com tentativas de constrangimento. Cármen autorizou o aumento do número de agentes para escolta permanente de Fachin e encaminhou ofício para todos os colegas do Supremo sobre a necessidade de reforço na segurança.
"A Justiça não se intimida, primeiro porque ela tem um papel constitucional a cumprir do qual ela não pode se subtrair. A prestação da Justiça significa exatamente atender a quem tem direito. O que o juiz ameaçado precisa é de garantia para ter tranquilidade e cumprir as suas funções", disse a presidente do STF, ressaltando que decisões judiciais sempre trazem um "nível de insatisfação".