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CBF destaca recuperação de feridos; dois já falam com a família

Segundo a CBF, dos quatro feridos internados no hospital San Vicente, todos têm quadro estabilizado, dos quais dois já conseguiram conversar com familiares.

Sobreviventes brasileiros do desastre aéreo da Chapecoense continuam a mostrar sinais de recuperação. (Jaime Saldarriaga/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de dezembro de 2016 às 07h37.

Medellín - Os sobreviventes brasileiros do desastre aéreo da Chapecoense foram transferidos para o mesmo hospital nesta sexta-feira e continuam a mostrar sinais de recuperação. Segundo o presidente da comissão médica da CBF, Jorge Pagura, dos quatro feridos internados no hospital San Vicente, todos têm quadro estabilizado, dos quais dois já conseguiram conversar com familiares: o goleiro Follmann e o lateral Alan Ruschel.

Pagura concedeu entrevista coletiva na noite desta sexta para detalhar os quadros individuais dos sobreviventes. Fora os dois jogadores que já são capazes de se comunicar, estão internados o zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel. Somente nesta sexta todos foram agrupados no mesmo hospital, em transferência que, segundo o médico, marcou o fim da primeira fase de tratamento.

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"Agora estamos em um segundo estágio, onde já conseguimos a estabilidade. Agora, precisamos de alta tecnologia para condições futuras. Foi uma decisão técnica trazer todos ao mesmo hospital", afirmou Pagura, que retorna ao Brasil neste sábado, assim como o presidente da comissão de controle de doping da CBF, Fernando Solera, dois dirigentes representantes da entidade na Colômbia.

Os cuidados de acompanhamento ficarão agora com a comissão médica de seis pessoas vindas de Chapecó, entre cirurgiões, ortopedistas e clínicos gerais. Esse grupo atenderá as famílias das vítimas, que já estão na cidade. O intuito dos médicos é assim que os pacientes terem condições, sejam levados ao Brasil para finalizarem a recuperação.

"Para poder sair da Colômbia, tem que estar consciente e com boas condições cardiológicas e pulmonares. Temos aviões UTI e transporte eficiente, caso precise", afirmou Pagura. O médico prefere não criar prazos ou estimativas, principalmente porque mesmo quem já esteve melhor pode piorar e ter a alta adiada. Prognósticos sobre a volta à rotina também estão descartados por enquanto. "Ainda estamos tentando salvar a vida. Primeiro, fazemos isso. Depois, se discute se haverá sequela. Só aí falamos da profissão", disse.

Confira as explicações do médico da CBF sobre cada um dos sobreviventes:

FOLLMANN - "Está consciente e falando com a família. Qualquer pequeno passo dentro da grandiosidade desse tipo de acidente é positivo. Logicamente, ele pode ter quer ser entubado novamente. Ele melhorou a condição da perna direita. Onde teve a amputação abaixo do joelho, não apresenta infecção. Como teve melhora na parte arterial da perna esquerda, não se pensa no momento em amputação. Ele precisa passar por uma segunda vértebra cervical, mas não há urgência."

ALAN RUSCHEL "Ainda no outro hospital foi submetido a um tratamento cirúrgico na coluna. Cirurgia feita com muita competência. Já está no regime de remoção da sedação. Ele teve movimentação nas pernas, depois de ter sofrido uma lesão na vértebra parecida à de Neymar na Copa do Mundo. A hematoma entre a 1ª e a 5ª vértebra está estável. É ele quem está mais fácil de ser desentubado."

NETO - "Ele é um 'touro', muito forte e por isso sobreviveu. Ele aguentou uma hipotermia por 8h no local do acidente, com terra e ferimentos abertos. Pelo menos a hipotermia ajudou a preservar a função cerebral porque diminuiu o metabolismo. Ele é o único que está mais sedado. Ele tem um leve edema cerebral, mas sem hemorragia. Os ferimentos foram submetidos a limpeza e fechamento das partes expostas. Há uma pneumonia com secreção, mas estável."

RAFAEL HENZEL - "O jornalista passou por uma pequena descompensação. Antes, era um dos que menos preocupava, agora isso mudou. Está sedado para ter possibilidade de melhor ventilação pulmonar, foi submetido a um procedimento para retirar material de infecção para que melhorem as condições pulmonares."

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