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Caso Marielle: relatora do Conselho de Ética pede cassação do mandato de Chiquinho Brazão

O deputado federal e seu irmão, Domingos Brazão, são acusados pela PF de serem os mandantes do assassinato da vereadora

(Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/Flickr)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 10h53.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 12h32.

A deputada Jack Rocha (PT-ES) recomendou, em seu parecer final apresentado aoConselho de Ética da Câmara, nesta quarta-feira, 28, a cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido).

Ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. "Faz-se imperativa a perda de mandato para impedir a destruição de provas", diz um trecho do relatório.

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No início de abril, a Câmara dos Deputados decidiu manter a prisão do deputado. A votação passou por uma margem apertada. Associado à milícia por investigadores, o parlamentar foi derrotado pelos colegas em plenário, mas conseguiu angariar apoio expressivo de partidos do Centrão e da oposição.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Chiquinho Brazão e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, foram os mandantes do homicídio da vereadora Marielle Franco.

Além deles, também foi alvo de um mandado de prisão preventiva o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Segundo as investigações, ao delegado caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa.

Chiquinho participou da sessão através de um vídeo e alegou inocência.

"Marielle era minha amiga, não tenho nada a ver com este caso. Eu sempre defendi o debate, acima de tudo. Sempre debati em bom nome com vereadores da esquerda", argumentou.

Em um acordo de delação premiada firmado com a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-policial militar Ronnie Lessa relatou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, então vereador do Rio de Janeiro, demonstrou "descontrolada reação" à atuação de Marielle para "apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016".

Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.

O ex-PM está preso desde 2019 sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, em março de 2018, na Região Central do RJ.

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