Câmara deve votar projeto que taxa apostas esportivas nesta semana; veja o que deve mudar
Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), os deputados devem votar a proposta até terça-feira e desfazer as mudanças propostas pelo Senado
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 16h36.
A Câmara dos Deputados vai votar nesta semana o projeto de lei que regulamenta e tributa as apostas esportivas no Brasil . O PL foi aprovado, com alterações, no Senado, e por isso voltou para discussão na Câmara. A votação nesta semana foi confirmada pela equipe dodeputado Adolfo Viana (PSDB-BA), relator da matéria.
A data exata da votação deve ser definida nesta segunda-feira. Entre as principais mudanças da matéria estão a retirada da regulamentação dos cassinos online e a redução da taxa cobrada sobrea receita bruta das plataformas subtraídos os prêmios pagos aos apostadores, o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). O percentual é próximo do desejado por empresas do setor de apostas.
Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), os deputados devem votar a proposta até terça-feira e deve desfazer as mudanças propostas pelo Senado.
"Na próxima semana ainda temos o projeto que precisamos votar, segunda ou terça, o das ´bets´, e a ideia nossa é manter o texto da Câmara e incluir os cassinos, porque senão vai reduzir muito a arrecadação", disse em entrevista na Câmara na sexta-feira.
Essa é uma das medidas em tramitação no Congresso consideradas como essenciais para o governo aumentar a arrecadação em 2024 e zerar o déficit nas contas públicas.O ministério da Fazendaespera arrecadar R$ 2 bilhões no ano que vem com a medida, mas uma estimativa considerada conservadora.
A pasta informou no início de dezembro quemais de 130 empresas manifestaram interesse previamente na autorização para apostas esportivas de quota fixa.As empresas que apresentaram a manifestação prévia de interesse terão prioridade dos pedidos de autorização, segundo a Fazenda, "assim que for aberto o prazo para recebimento dos requerimentos e pagamentos de outorga."
Como vai funcionar a taxação das apostas esportivas
A proposta teve mudanças no Senado. O texto aprovado na Câmara prévia uma taxação de 18% sobrea receita bruta das plataformas subtraídos os prêmios pagos aos apostadores, o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). O novo relatório define uma taxa de 12%. O percentual é próximo do desejado por empresas do setor de apostas.
A divisão do montante arrecadado também sofreu alteração. O novo parecer define:
- 10% para o Ministério da Educação;
- 14% para a área da segurança pública, como o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron);
- 36% para a área do esporte, como o Ministério do Esporte e comitês esportivos;
- 10% para a seguridade social;
- 28% para a área do turismo, como a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e o Ministério do Turismo;
- 1% para o Ministério da Saúde;
- 0,50% para entidades da sociedade civil, como a Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Fenapaes), a Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) e a Cruz Vermelha Brasileira;
- e 0,50% para o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol).
O texto obriga aindaas Bets estrangeiras terem pelo menos 20% do capital nas mãos de uma empresa brasileira. O projeto também define uma outorga inicial para autorizar os sites a funcionarem legalmente, de R$ 30 milhões, por cinco anos.
No caso da tributação dos prêmios recebidos pelos apostadores,houve uma redução da alíquota de 30% para 15%. Essa cobrança ocorrerá uma vez por ano. Valores inferiores ao da tabelade isenção do IR, atualmente em R$ 2.112, não serão tributados.