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Britto diz que não adiantará votos sobre mensalão

Ayres Britto aposenta-se no próximo domingo, dia 18, e terá apenas mais uma sessão, a de quarta-feira, para participar do julgamento

Ayres Britto: o processo do mensalão começou a ser julgado no dia 2 de agosto e a previsão inicial do próprio STF era que a tarefa levaria pelo menos um mês (Valter Campanato/ABr/Abril)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 18h27.

Brasília - Prestes a se aposentar da Corte, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou nesta segunda-feira que não vai antecipar os votos que precisa apresentar na aplicação das penas de todos os condenados no processo do mensalão . Ayres Britto aposenta-se no próximo domingo, dia 18, e terá apenas mais uma sessão, a de quarta-feira, para participar do julgamento. Até o momento, o presidente do STF proferiu apenas oito dos 25 votos dos réus considerados culpados pelo tribunal.

Questionado durante o intervalo do julgamento se vai adiantar todo o seu voto, Ayres Britto respondeu: "Não. Estou tentando fazer um por um. Se não der para fazer um por um, eu acho que não faço".

O presidente do STF saiu em defesa da proposta do ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, de ter apreciado nesta tarde casos do núcleo político. Ayres Britto lembrou que, no início do julgamento, foi decidido que cada ministro adotaria a metodologia que quisesse na hora de apresentar seus votos. Ele rechaçou o rumor de que o colegiado iria apreciar nesta segunda-feira casos do núcleo financeiro.

"Eu já mandei verificar e a resposta que me deram é a de que não seria o núcleo financeiro. Mas, ainda que fosse, o Supremo é o Supremo Tribunal Federal. Nós deliberamos aqui, os senhores viram. O ministro Celso de Mello ainda colocou ênfase, e eu também, que a matéria ficaria a cargo do relator, porque são três núcleos. Qual o direito de alguém tem de exigir que o núcleo seja votado em uma determinada ordem? Não tem", afirmou Ayres Britto.

Ayres Britto disse que não há "o menor prejuízo para a defesa" a apreciação dos casos do núcleo político. O presidente do STF disse que é interessante na hora da dosimetria que o crime de corrupção ativa, cometido pela antiga cúpula do PT, pelo ex-ministro José Dirceu e pelo grupo do empresário Marcos Valério, fosse analisado antes da corrupção passiva.

O presidente do STF negou que Joaquim Barbosa tenha colocado em pauta as penas aplicadas a José Dirceu agora para que ele pudesse participar. "Ela (a minha participação) já estaria assegurada pela lógica das coisas", afirmou. Ayres Britto disse ainda que "não é desejável" o bate-boca ocorrido entre Barbosa e o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, que protestou contra a análise nesta tarde do núcleo político. "Claro que não é o desejável, mas os ministros são seres humanos. Esse processo é absolutamente inusual", disse ele.

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Questionado durante o intervalo do julgamento se vai adiantar todo o seu voto, Ayres Britto respondeu: "Não. Estou tentando fazer um por um. Se não der para fazer um por um, eu acho que não faço".

O presidente do STF saiu em defesa da proposta do ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, de ter apreciado nesta tarde casos do núcleo político. Ayres Britto lembrou que, no início do julgamento, foi decidido que cada ministro adotaria a metodologia que quisesse na hora de apresentar seus votos. Ele rechaçou o rumor de que o colegiado iria apreciar nesta segunda-feira casos do núcleo financeiro.

"Eu já mandei verificar e a resposta que me deram é a de que não seria o núcleo financeiro. Mas, ainda que fosse, o Supremo é o Supremo Tribunal Federal. Nós deliberamos aqui, os senhores viram. O ministro Celso de Mello ainda colocou ênfase, e eu também, que a matéria ficaria a cargo do relator, porque são três núcleos. Qual o direito de alguém tem de exigir que o núcleo seja votado em uma determinada ordem? Não tem", afirmou Ayres Britto.

Ayres Britto disse que não há "o menor prejuízo para a defesa" a apreciação dos casos do núcleo político. O presidente do STF disse que é interessante na hora da dosimetria que o crime de corrupção ativa, cometido pela antiga cúpula do PT, pelo ex-ministro José Dirceu e pelo grupo do empresário Marcos Valério, fosse analisado antes da corrupção passiva.

O presidente do STF negou que Joaquim Barbosa tenha colocado em pauta as penas aplicadas a José Dirceu agora para que ele pudesse participar. "Ela (a minha participação) já estaria assegurada pela lógica das coisas", afirmou. Ayres Britto disse ainda que "não é desejável" o bate-boca ocorrido entre Barbosa e o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, que protestou contra a análise nesta tarde do núcleo político. "Claro que não é o desejável, mas os ministros são seres humanos. Esse processo é absolutamente inusual", disse ele.

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