Brasil foi o país mais violento para ambientalistas em 2015
No total, 185 pessoas foram assassinadas no ano passado defendendo suas terras e o meio ambiente em 16 países
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 11h08.
O Brasil foi o país mais violentos do mundo para os ambientalistas em 2015, com 50 mortes registradas, afirma um relatório da ONG britânica Global Witness.
No total, 185 pessoas foram assassinadas no ano passado defendendo suas terras e o meio ambiente em 16 países, o que representa um aumento de quase 60% na comparação com o ano anterior, o período mais violento da história.
Os números divulgados pela Global Witness identificam o Brasil como o país mais perigoso para os defensores da ecologia, seguido por Filipinas (33 mortes em 2015), Colômbia (26), Peru (12) e Nicarágua (12).
"A violência se legitimou como uma parte normal da política. Informalmente se tornou 'aceitável'. Após 10 anos trabalhando na Amazônia, nunca vi uma situação tão ruim", afirma o ativista brasileiro Felipe Milanez, citado no documento.
O documento também denuncia as mortes de 10 ativistas na Guatemala, oito em Honduras e quatro no México, entre outros.
De acordo com a Global Witness, 67 ecologistas assassinados no ano passado pertenciam a comunidades indígenas, o que também representa o maior número da história.
"Cada vez há mais empresas que invadem a terra dos indígenas e silenciam os que se opõem a seus planos de extrair recursos minerais", adverte a ONG.
As indústrias de extração e mineração estão relacionadas com a maior parte dos assassinatos de 2015, com 42 casos (aumento de quase 70% desde 2014).
Muitas queixas contra a mineração dizem respeito à recusa das empresas a consultar as comunidades locais sobre projetos que afetariam suas terras e entorno.
"Um dos fatores subjacentes a todos os assassinatos foi a pressão sobre a propriedade, o controle ou o uso da terra. Muitas comunidades rurais se viram submetidas a uma violenta repressão por parte de proprietários de terras e empresas com mais poder que eles", completa o relatório.
As plantações agroindustriais em grande escala estão relacionadas com 20 casos, principalmente no Brasil e Filipinas, com sete mortes cada.
Outro fator ligado a 15 assassinatos foi o desmatamento, geralmente associado madeireiros ilegais que entraram em áreas protegidas ou territórios indígenas.
Medidas urgentes
"É provável que nossos dados sobre os assassinatos subestimem o problema, pois muitas mortes não são denunciadas, especialmente as de zonas remotas e isoladas", adverte a ONG.
Em alguns casos foi impossível compilar dados suficientes para verificar os fatos.
Os assassinatos refletem o risco mais extremo que enfrentam os defensores da terra e do meio ambiente, mas também foi observada uma tendência cada vez mais preocupante de criminalização de seu trabalho, em particular na África.
Segundo a Global Witness, os governos e as empresas estão usando medidas legais para atacar os ativistas e obstruir sua defesa legítima dos direitos sobre a terra e o meio ambiente.
O relatório exige medidas "urgentes e significativas" para acabar com a crescente onda de violência.
"Proteger os defensores da terra e do meio ambiente é vital, não apenas por uma questão de justiça e direitos humanos fundamentais, e sim por nossa sobrevivência coletiva", destaca o documento.
O Brasil foi o país mais violentos do mundo para os ambientalistas em 2015, com 50 mortes registradas, afirma um relatório da ONG britânica Global Witness.
No total, 185 pessoas foram assassinadas no ano passado defendendo suas terras e o meio ambiente em 16 países, o que representa um aumento de quase 60% na comparação com o ano anterior, o período mais violento da história.
Os números divulgados pela Global Witness identificam o Brasil como o país mais perigoso para os defensores da ecologia, seguido por Filipinas (33 mortes em 2015), Colômbia (26), Peru (12) e Nicarágua (12).
"A violência se legitimou como uma parte normal da política. Informalmente se tornou 'aceitável'. Após 10 anos trabalhando na Amazônia, nunca vi uma situação tão ruim", afirma o ativista brasileiro Felipe Milanez, citado no documento.
O documento também denuncia as mortes de 10 ativistas na Guatemala, oito em Honduras e quatro no México, entre outros.
De acordo com a Global Witness, 67 ecologistas assassinados no ano passado pertenciam a comunidades indígenas, o que também representa o maior número da história.
"Cada vez há mais empresas que invadem a terra dos indígenas e silenciam os que se opõem a seus planos de extrair recursos minerais", adverte a ONG.
As indústrias de extração e mineração estão relacionadas com a maior parte dos assassinatos de 2015, com 42 casos (aumento de quase 70% desde 2014).
Muitas queixas contra a mineração dizem respeito à recusa das empresas a consultar as comunidades locais sobre projetos que afetariam suas terras e entorno.
"Um dos fatores subjacentes a todos os assassinatos foi a pressão sobre a propriedade, o controle ou o uso da terra. Muitas comunidades rurais se viram submetidas a uma violenta repressão por parte de proprietários de terras e empresas com mais poder que eles", completa o relatório.
As plantações agroindustriais em grande escala estão relacionadas com 20 casos, principalmente no Brasil e Filipinas, com sete mortes cada.
Outro fator ligado a 15 assassinatos foi o desmatamento, geralmente associado madeireiros ilegais que entraram em áreas protegidas ou territórios indígenas.
Medidas urgentes
"É provável que nossos dados sobre os assassinatos subestimem o problema, pois muitas mortes não são denunciadas, especialmente as de zonas remotas e isoladas", adverte a ONG.
Em alguns casos foi impossível compilar dados suficientes para verificar os fatos.
Os assassinatos refletem o risco mais extremo que enfrentam os defensores da terra e do meio ambiente, mas também foi observada uma tendência cada vez mais preocupante de criminalização de seu trabalho, em particular na África.
Segundo a Global Witness, os governos e as empresas estão usando medidas legais para atacar os ativistas e obstruir sua defesa legítima dos direitos sobre a terra e o meio ambiente.
O relatório exige medidas "urgentes e significativas" para acabar com a crescente onda de violência.
"Proteger os defensores da terra e do meio ambiente é vital, não apenas por uma questão de justiça e direitos humanos fundamentais, e sim por nossa sobrevivência coletiva", destaca o documento.