Bolsonaro sobre tensão EUA-Irã: Brasil não vai tirar proveito de guerra
Bolsonaro disse torcer para que a situação se resolva, mas ressaltou ser a favor de qualquer medida que combata o terrorismo
Reuters
Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 19h54.
O Brasil é a favor de qualquer medida que combata o terrorismo em qualquer lugar do mundo, disse nesta sexta-feira o presidente Jair Bolsonaro ao ser indagado sobre a posição do país em relação ao ataque feito por militares dos Estados Unidos no Iraque que matou o principal general do Irã , Qassem Soleimani.
Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que o Irã tem perdido apoio no Oriente Médio e disse torcer para que as tensões entre Washington e Teerã se resolvam já que, avaliou, o Brasil não tem nenhum proveito a tirar de um eventual conflito.
"Nós somos favoráveis a qualquer medida que combata o terrorismo pelo mundo", disse o presidente ao ser indagado sobre o ataque ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em Bagdá, que matou Soleimani, comandante da tropa de elite da Guarda Revolucionária iraniana.
"Nós sabemos a posição do Irã perante o mundo, o que os árabes pensam a respeito do Irã e como os apoios, ou melhor, o abandono de apoio em relação ao Irã vem acontecendo nos últimos anos. Então acompanhamos isso, não podemos concordar em grande parte com o que acontece lá, mas temos uma posição de uma certa equidistância", acrescentou.
Bolsonaro não quis revelar se conversou com Trump, de quem é declaradamente admirador, após o ataque determinado pelo presidente dos EUA e que matou Soleimani, figura próxima ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que prometeu vingança pela morte do general iraniano.
Bolsonaro disse torcer para que a situação se resolva e afirmou que, em caso de um eventual conflito, haverá perdas para todo o mundo, incluindo o Brasil.
"A melhor coisa que podemos fazer neste momento é torcer e pedir a Deus que tudo seja resolvido. A gente não vai tirar proveito de uma possível guerra, não vai ter proveito para o nosso Brasil não", afirmou.