Bolsonaro pede desculpas por comentários sobre imigrantes
Presidente brasileiro afirmou em entrevista que maioria dos imigrantes não têm boas intenções ao ingressar nos EUA
Reuters
Publicado em 19 de março de 2019 às 18h03.
Washington - O presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas nesta terça-feira pelo comentário que fez na véspera em entrevista à Fox News e reconheceu que se equivocou ao afirmar que a maioria dos imigrantes que vão para os Estados Unidos não têm boas intenções ao ingressarem no país.
Em entrevista coletiva em Washington, após se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, Bolsonaro disse que boa parte dos imigrantes que vão para solo norte-americano tem sim boas intenções.
Na entrevista, Bolsonaro também disse que não discutiu em profundidade com Trump sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC), após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que os EUA querem que o Brasil deixe uma lista de beneficiados da OMC em troca do apoio norte-americano à entrada brasileira na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em entrevista ao lado de Bolsonaro após a reunião entre ambos, Trump disse que os EUA apoiam a entrada brasileira na OCDE.
Questionado sobre a situação na Venezuela, Bolsonaro disse que a diplomacia será usada em primeiro lugar e até as últimas consequências para resolver a crise política, econômica e social no país vizinho. Ele se recusou a comentar se tratou reservadamente com Trump sobre uma eventual ação militar na Venezuela.
O presidente lembrou ainda que a China, que atualmente trava uma guerra comercial com os EUA, é o principal parceiro comercial do Brasil e disse que visitará o país asiático no segundo semestre deste ano.
Na entrevista, Bolsonaro também defendeu o acordo firmado para que os Estados Unidos usem comercialmente a base de lançamentos de foguetes de Alcântara, no Maranhão, alegando que ela estava ociosa e que poderá gerar ganhos para o Brasil. Também saiu em defesa da decisão brasileira de isentar turistas norte-americanos de visto de entrada no Brasil, argumentando que a medida poderá aumentar os ganhos do setor de turismo no país.
(Texto de Eduardo Simões; Edição de Alexandre Caverni)