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Bolsonaro: Falarei com Congresso em caso de invasão na Venezuela pelos EUA

Bolsonaro afirmou que a atuação do Brasil e dos Estados Unidos visa diminuir o apoio dos militares venezuelanos ao presidente Nicolás Maduro

Bolsonaro: "Trump falou para mim lá, publicamente, já falou antes, que todas as possibilidades estão na mesa", ressaltou o presidente (Youtube/Reprodução)
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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2019 às 12h26.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que a Venezuela não pode continuar como está e falou sobre o risco do país vizinho se tornar uma espécie de Cuba ou de Coreia do Norte, apontando que, se houver uma invasão na Venezuela liderada pelos Estados Unidos, vai consultar o Conselho de Defesa Nacional e o Congresso para decidir como o Brasil vai proceder.

"Quem está na vanguarda são os Estados Unidos. O Trump falou para mim lá, publicamente, já falou antes, que todas as possibilidades estão na mesa. Que que são todas as possibilidades? São todas as possibilidades. Ponto final", disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan.

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"Agora o que o Brasil pode fazer? Vamos supor que haja uma invasão militar lá. A decisão vai ser minha, mas eu vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional e depois o Parlamento brasileiro para tomar a decisão de fato numa questão dessa daí. Agora, a Venezuela não pode continuar como está."

Na entrevista, Bolsonaro fez a ressalva de que uma ação militar na Venezuela pode levar a ações de guerrilha e levar tempo demais. Ele disse que a atuação no momento do Brasil e dos Estados Unidos visa criar fissuras no Exército venezuelano para tirar o apoio dado pelos militares do país ao presidente Nicolás Maduro.

"A intenção que existe pelo americano e nossa também é haver uma fissura, uma divisão, no Exército venezuelano. Não tem outro caminho. Porque quem decide --falei isso um tempo atrás e fui criticado-- quem decide se o país vive numa democracia ou numa ditadura são as Forças Armadas."

O presidente colocou ainda a proposta de reforma da Previdência como uma das mais importantes de seu governo, e também afirmou que venceu a eleição presidencial do ano passado graças à ajuda de seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, nas redes sociais. Ele negou ainda que gaste tempo demais nessas ferramentas.

"Entre Twitter, Facebook e Instagram, não me toma mais de 30 minutos por dia. Quem realmente me ajuda nessa coordenação é o Carlos Bolsonaro, por isso muita gente quer afastá-lo de mim", disse.

"Ele não me atrapalhou em nada. Eu acho até que ele devia ter um cargo de ministro, ele que me botou aqui. Foi a mídia dele que me botou aqui. E ele não está pleiteando cargo de ministro, poderia botá-lo, mas ele não está pleiteando isso daí."

Levy atrasado

À rádio, Bolsonaro também criticou o que chamou de "indústria de demarcação de terras indígenas" que, na avaliação dele, inviabiliza uma política desenvolvimentista para a Amazônia.

"A demarcação que eu puder rever, eu vou rever", disse o presidente, acrescentando que, no encontro com Trump, disse a ele estar aberto a parcerias com os EUA para explorar a região amazônica.

"Quando eu estive agora com o Trump, conversei com ele entre outras coisas, que eu quero abrir para ele explorar na região amazônica em parceria. Como está, nós vamos perder a Amazônia."

O presidente também fez uma cobrança pública ao presidente do banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, ao afirmar que ele está atrasado em lhe entregar uma resposta sobre a abertura da chamada caixa-preta do banco estatal.

"Temos alguns probleminhas, como no BNDES, que está faltando transparência, sim. Já conversei com o Levy, já conversei com o Paulo Guedes. Está faltando mais transparência para o BNDES", disse.

"Eu tive uma conversa há três semanas — mais uma — com o Levy nesse sentido. E já está atrasada uma resposta dele à minha pessoa. Estive viajando essas três semanas e, semana que vem, no máximo — está começando uma agora — vou cobrar dele essa questão de abrir completamente, abrir para leigos", acrescentou.

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