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Bolsonaro diz à Folha que deve indicar novo PGR até esta 5ª

Presidente também classificou como "babaquice" reação da Polícia Federal às declarações sobre trocas nas superintendências e na diretoria-geral

Jair Bolsonaro e Raquel Dodge: atual PGR fica até dia 17 (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro e Raquel Dodge: atual PGR fica até dia 17 (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 09h03.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 12h22.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro afirmou que espera definir a sucessão da Procuradoria-Geral da República até esta quinta-feira, 5. "Espero que de hoje para amanhã nasça a criança, que já está com nove meses e meio", afirmou, rindo, na manhça desta quarta-feira (4).

Ele disse que todos os nomes estão no páreo, até mesmo o da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, que poderia ser reconduzida.

"Eu falei ontem (terça) em jogo de xadrez e a rainha, a pessoa mais importante (do jogo), não vai fazer parte do governo, mas vai fazer parte do destino do Brasil, é a PGR. Falei rainha que pode ser homem", disse. Questionado se poderia ser Dodge, ele respondeu que "por enquanto está todo mundo no páreo". "A PGR está em aberto ainda. Enquanto eu não bater o martelo, está em aberto, tudo pode acontecer", declarou.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Jair Bolsonaro continupu defendendo mudanças no comando da Polícia Federal (PF).  O presidente disse que a cúpula da instituição está lá há muito tempo, por isso é preciso renovar, dar uma arejada.

Ele classificou de "babaquice" a reação de integrantes da corporação às declarações sobre trocas nas superintendências e na diretoria-geral e afirmou que já teve uma conversa com o ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre uma possível mudança no comando da PF. "(Moro) pode trocar quando quiser o diretor-geral Maurício Valeixo, mais difícil é trocar de esposa."

A despeito da insatisfação com o comando da Polícia Federal, o presidente não falou sobre prazos para as eventuais mudanças. E não negou sua preferência para colocar no posto o atual secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres.

Bolsonaro disse que o imbróglio com a direção da PF teve início quando quiseram trocar superintendências sem lhe comunicar e negou que sua tentativa de interferir nessas indicações tenha relação com as investigações que envolvem seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). "Já investigaram a vida da minha família inteira e não acharam nada."

 

"Xucro e ingênuo"

Na entrevista à Folha, o presidente da República disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, era "xucro politicamente" e que já o avisou que a recriação da CPMF deve ser condicionada a uma compensação para a população. "Se não, ele vai tomar porrada até de mim."

Além de chamar Guedes de "xucro", Bolsonaro disse que o titular da Justiça era "ingênuo" quando chegou à Esplanada dos Ministérios e não tinha a "malícia da política". Disse ainda que o nome de Moro não passaria hoje no Senado em uma eventual indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre a possibilidade do ministro disputar a presidência em 2022, frisou: "Já falamos, eu disse para ele que essa cadeira de super-homem é feita de kriptonita. Se quiser sentar, senta."

Nas críticas, o presidente voltou a disparar sua artilharia contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), outrora aliado, mas agora rival na disputa pelo Palácio do Planalto nas próximas eleições gerais. Bolsonaro disse que o tucano não tem chances nessas eleições porque é uma "ejaculação precoce". E voltou a dizer que está disposto a concorrer à reeleição, "se estiver bem até lá."

Na entrevista, o mandatário reiterou que não irá recuar da indicação de seu filho Eduardo para o comando da embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos. "Você já namorou? Quanto tempo demorou para levar para o motel? Não é na primeira vez", disse, sobre a demora em confirmar a indicação e admitindo que por conta dos vetos ao projeto sobre abuso de autoridade, seu filho pode perder apoio dos senadores, que precisam referendar a indicação.

Bolsonaro ainda criticou a cobertura que a imprensa faz de sua gestão e sugeriu que os jornais criem uma página fixa de notícias positivas sobre o Brasil.

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