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Bolsa Família beneficia 50 milhões de pessoas em 2013

39% dos brasileiros que saíram da pobreza extrema na última década tinham menos de 14 anos e 29% entre 14 e 29, afirmou ministra


	Família que usa o Bolsa Família: ministra assegurou que a porcentagem de crianças e adolescentes em condições de extrema pobreza caiu de 2003 para 2013
 (ROBERTO SETTON /EXAME)

Família que usa o Bolsa Família: ministra assegurou que a porcentagem de crianças e adolescentes em condições de extrema pobreza caiu de 2003 para 2013 (ROBERTO SETTON /EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 16h01.

Rio de Janeiro - O programa Bolsa Família beneficia atualmente 14 milhões de famílias, o que equivale a 50 milhões de pessoas, com um orçamento que aumentou para R$ 23,95 milhões em 2013.

Assim afirmou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil, Tereza Campello, em entrevista coletiva nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, na qual acrescentou que o orçamento do programa em 2013 aumentou em quase R$ 4 milhões em relação ao ano anterior.

Além disso, a ministra assegurou que durante os dez anos que se passaram desde o começo do programa a porcentagem de crianças e adolescentes em condições de extrema pobreza caiu de perto de 10,5% em 2003 para aproximadamente 0,3% em 2013.

Deste modo, 39% dos brasileiros que saíram da pobreza extrema na última década tinham menos de 14 anos e 29% entre 14 e 29.

O programa, que pretende que todas as famílias contem com um orçamento mínimo de R$ 70 por pessoa por mês, também mostra que os mais favorecidos pelo Bolsa Família foram mulheres e negros, os mais afetados pela pobreza extrema.

Um dos efeitos diretos do aumento de renda das famílias foi a melhora da alimentação das crianças, entre as quais o índice de baixa estatura caiu 16,8% em 2003 para 14,5% em 2013.

Além disso, a melhora da alimentação, junto com o avanço da saúde pública, também gerou uma queda notável na taxa de mortalidade infantil, que caiu 40% no Brasil e 50% no Nordeste, a região mais pobre do país.


Segundo afirmou Tereza durante seu discurso, a melhora da alimentação em crianças terminou com um dos males endêmicos do país, já que até agora impedia seu desenvolvimento orgânico e intelectual, gerando polos de miséria ainda maior.

Perguntada pela possibilidade defendida por alguns opositores de que o sistema é usado para "comprar votos" ao entregar dinheiro aos mais necessitados, Tereza assegurou que isso não corresponde com a realidade porque "o único requisito para se ter acesso ao programa é ser pobre".

Nesse sentido, a ministra destacou que os fundos procedentes do Governo são divididos pelas Prefeituras e "chegaram a todos os municípios independentemente do partido que os governa", o que, segundo sua opinião, mostra a carência de um viés ideológico na distribuição do Bolsa Família.

Tereza também se referiu a outra das críticas mais frequentes do projeto, que é a possibilidade de gerar uma excessiva dependência das ajudas governamentais entre os receptores desses fundos, algo a que ela respondeu afirmando que, segundo os dados oficiais, 75% dos beneficiados são economicamente ativos.

"A população que recebe o Bolsa Família trabalha e tem os piores empregos. A única coisa que o programa faz é dotar essas famílias de recursos até chegar aos R$ 70 (meta traçada pelos Objetivos do Milênio da ONU)", assegurou.

Em referência às manifestações que castigam o país desde junho reivindicando melhores serviços, Tereza assegurou que os protestos têm "objetivos múltiplos", o que, na sua opinião, demonstra que "mais coisas fazem falta", além do programa Bolsa Família.

"É um sinal de maturidade do Brasil", concluiu Tereza. 

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