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Belo Monte abasteceu campanha de Dilma, diz revista

Revista IstoÉ afirma ter tido acesso a outro anexo da delação premiada de Delcídio do Amaral, ligando Erenice Guerra a esquemas de corrupção

Obras da usina de Belo Monte, no Pará: esquema de corrupção teria desviado 45 milhões de reais para campanhas eleitorais (Regina Santos/ Norte Energia/Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2016 às 23h40.

A revista IstoÉ publicou na edição desta semana o que seria mais um anexo do acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral .

Segundo a reportagem, um esquema envolvendo a ex-ministra da Casa Civil , Erenice Guerra, teria desviado 45 milhões de reais das obras de Belo Monte para as campanhas eleitorais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Além de Erenice, também participavam do esquema os ex-ministros Antônio Palocci e Silas Rondeau. A IstoÉ afirma que Delcídio teria dito que "a propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014".

Segundo a reportagem, Delcídio também teria afirmado que a atuação do "triunvirato", formado pelos três ministros citados, "foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte".

A publicação também diz que, entre os procuradores que já conhecem a delação de Delcídio, há a convicção de que Erenice era a principal operadora do esquema.

Esquema de corrupção

O relato de Delcídio aponta que houve superfaturamento em todas as etapas do processo de Belo Monte, começando pela escolha das empresas responsáveis pela obra, afirma a IstoÉ.

Na época, o grupo formado pelas maiores empresas do país desistiu de participar do leilão. Delcídio teria afirmado que, em poucas horas, "foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada".

O consórcio era cabeceado pela Chesf e pela Eletronorte, duas subsidiárias da Eletrobras, e composto, entre outras empresas, por Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern (que teria entrado no grupo por influência de José Carlos Bumlai), JMalucelli, Gaia Energia, Cetenco, Mendes Jr. Trading Engenharia e Serveng-Civilsan.

Meses depois, várias empresas que não tinham participado da disputa se tornaram sócias do empreendimento, podendo fazer parte do negócio sem se submeter a todas as regras impostas às outras empresas, que tinham vencido a licitação.

Em contrapartida, as propinas pagas por Belo Monte teriam servido como contribuição financeira para as campanhas eleitorais de Dilma, em 2010 e 2014, de acordo com a revista.

Delação premiada

Na semana passada, a IstoÉ tinha publicado uma primeira reportagem com o que seriam trechos da delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral.

Na ocasião, a revista afirmava que, segundo Delcídio, a presidente Dilma teria atuado três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Veja também

A revista IstoÉ publicou na edição desta semana o que seria mais um anexo do acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral .

Segundo a reportagem, um esquema envolvendo a ex-ministra da Casa Civil , Erenice Guerra, teria desviado 45 milhões de reais das obras de Belo Monte para as campanhas eleitorais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Além de Erenice, também participavam do esquema os ex-ministros Antônio Palocci e Silas Rondeau. A IstoÉ afirma que Delcídio teria dito que "a propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014".

Segundo a reportagem, Delcídio também teria afirmado que a atuação do "triunvirato", formado pelos três ministros citados, "foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte".

A publicação também diz que, entre os procuradores que já conhecem a delação de Delcídio, há a convicção de que Erenice era a principal operadora do esquema.

Esquema de corrupção

O relato de Delcídio aponta que houve superfaturamento em todas as etapas do processo de Belo Monte, começando pela escolha das empresas responsáveis pela obra, afirma a IstoÉ.

Na época, o grupo formado pelas maiores empresas do país desistiu de participar do leilão. Delcídio teria afirmado que, em poucas horas, "foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada".

O consórcio era cabeceado pela Chesf e pela Eletronorte, duas subsidiárias da Eletrobras, e composto, entre outras empresas, por Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern (que teria entrado no grupo por influência de José Carlos Bumlai), JMalucelli, Gaia Energia, Cetenco, Mendes Jr. Trading Engenharia e Serveng-Civilsan.

Meses depois, várias empresas que não tinham participado da disputa se tornaram sócias do empreendimento, podendo fazer parte do negócio sem se submeter a todas as regras impostas às outras empresas, que tinham vencido a licitação.

Em contrapartida, as propinas pagas por Belo Monte teriam servido como contribuição financeira para as campanhas eleitorais de Dilma, em 2010 e 2014, de acordo com a revista.

Delação premiada

Na semana passada, a IstoÉ tinha publicado uma primeira reportagem com o que seriam trechos da delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral.

Na ocasião, a revista afirmava que, segundo Delcídio, a presidente Dilma teria atuado três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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