Auditores acusam governo de descumprir acordo
Segundo a categoria, a decisão se deve ao descumprimento pelo governo de acordo que previa a concessão de um reajuste de 21,3% na remuneração básica
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2016 às 16h20.
Brasília - Em meio à contínua queda na arrecadação e ao esforço do governo para melhorar as contas públicas, auditores fiscais da Receita Federal ameaçam paralisar as atividades a partir da próxima quinta-feira, 14, o que tem potencial para afetar o recolhimento de tributos do governo federal.
Segundo a categoria, a decisão se deve ao descumprimento pelo governo de acordo que previa a concessão de um reajuste de 21,3% na remuneração básica desses servidores em quatro anos e um bônus fixo mensal de R$ 3 mil até o fim do ano.
A categoria está insatisfeita com o "tratamento discriminatório" e culpa o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, que deveria ter encaminhado ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre o reajuste para que pudesse ser apreciado antes do recesso parlamentar.
Uma primeira parcela do reajuste, de 5,5%, deveria entrar em vigor já em agosto deste ano. Na semana passada, porém, Dyogo informou em reunião com os auditores não ter prazo para enviar a matéria ao Legislativo.
Em carta endereçada ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, dez superintendentes e cinco subsecretários do órgão explicitam a insatisfação com o que chamam de "tratamento desigual" conferido pelo Planejamento.
Ressaltam que Dyogo compareceu a audiências no Senado para defender a implementação de reajustes de outras categorias de servidores, mas deixou de lado o acordo com os auditores, selado em março deste ano e que inclusive contou com ajustes na Lei Orçamentária Anual para contemplar os recursos necessários ao cumprimento do acerto.
"Estamos em meio a uma severa crise fiscal, em que necessitamos de garantia de equidade no tratamento para que possamos centrar nosso foco unicamente na busca da arrecadação necessária.
Retroceder em um acordo firmado após tantas negociações traz intranquilidade, incerteza e insatisfação a Auditores-Fiscais e Analistas-Tributários e, por consequência, aos administradores do órgão", diz a carta, obtida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Na quinta-feira, 7, o Sindifisco Nacional, entidade que representa a categoria, deu início a uma sequência de três dias de assembleias em todas as 82 delegacias espalhadas pelo País para decidir sobre a greve. Até o momento, 50 já votaram.
Segundo o diretor de Comunicação Social do sindicato, Pedro Delarue, 70% dos votos foram a favor da paralisação, que deve ocorrer às terças e quintas, a partir de 14 de julho.
"Temos convicção de que paralisação será aprovada, e não está descartada uma ampliação das paralisações para mais dias", disse.
Além de ser responsável pela arrecadação de tributos federais, a Receita atua na fiscalização e nas aduanas. Todas essas atividades seriam afetadas em alguma medida em caso de paralisação, segundo Delarue.
Em março passado, a categoria fechou um acordo com o governo que previa inicialmente um bônus fixo mensal de R$ 3 mil entre agosto e dezembro deste ano.
A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e a metas da produtividade global da Receita. Com remuneração variável, o bônus beneficiaria até mesmo servidores aposentados e, à época, já causava preocupação de enfraquecer o discurso do então governo Dilma Rousseff de limitar o crescimento das despesas.
O acordo também previa um reajuste da remuneração básica de 21,3% em quatro anos. Procurados, o Ministério do Planejamento e a Receita Federal não se posicionaram até a publicação desta matéria.
Brasília - Em meio à contínua queda na arrecadação e ao esforço do governo para melhorar as contas públicas, auditores fiscais da Receita Federal ameaçam paralisar as atividades a partir da próxima quinta-feira, 14, o que tem potencial para afetar o recolhimento de tributos do governo federal.
Segundo a categoria, a decisão se deve ao descumprimento pelo governo de acordo que previa a concessão de um reajuste de 21,3% na remuneração básica desses servidores em quatro anos e um bônus fixo mensal de R$ 3 mil até o fim do ano.
A categoria está insatisfeita com o "tratamento discriminatório" e culpa o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, que deveria ter encaminhado ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre o reajuste para que pudesse ser apreciado antes do recesso parlamentar.
Uma primeira parcela do reajuste, de 5,5%, deveria entrar em vigor já em agosto deste ano. Na semana passada, porém, Dyogo informou em reunião com os auditores não ter prazo para enviar a matéria ao Legislativo.
Em carta endereçada ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, dez superintendentes e cinco subsecretários do órgão explicitam a insatisfação com o que chamam de "tratamento desigual" conferido pelo Planejamento.
Ressaltam que Dyogo compareceu a audiências no Senado para defender a implementação de reajustes de outras categorias de servidores, mas deixou de lado o acordo com os auditores, selado em março deste ano e que inclusive contou com ajustes na Lei Orçamentária Anual para contemplar os recursos necessários ao cumprimento do acerto.
"Estamos em meio a uma severa crise fiscal, em que necessitamos de garantia de equidade no tratamento para que possamos centrar nosso foco unicamente na busca da arrecadação necessária.
Retroceder em um acordo firmado após tantas negociações traz intranquilidade, incerteza e insatisfação a Auditores-Fiscais e Analistas-Tributários e, por consequência, aos administradores do órgão", diz a carta, obtida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Na quinta-feira, 7, o Sindifisco Nacional, entidade que representa a categoria, deu início a uma sequência de três dias de assembleias em todas as 82 delegacias espalhadas pelo País para decidir sobre a greve. Até o momento, 50 já votaram.
Segundo o diretor de Comunicação Social do sindicato, Pedro Delarue, 70% dos votos foram a favor da paralisação, que deve ocorrer às terças e quintas, a partir de 14 de julho.
"Temos convicção de que paralisação será aprovada, e não está descartada uma ampliação das paralisações para mais dias", disse.
Além de ser responsável pela arrecadação de tributos federais, a Receita atua na fiscalização e nas aduanas. Todas essas atividades seriam afetadas em alguma medida em caso de paralisação, segundo Delarue.
Em março passado, a categoria fechou um acordo com o governo que previa inicialmente um bônus fixo mensal de R$ 3 mil entre agosto e dezembro deste ano.
A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e a metas da produtividade global da Receita. Com remuneração variável, o bônus beneficiaria até mesmo servidores aposentados e, à época, já causava preocupação de enfraquecer o discurso do então governo Dilma Rousseff de limitar o crescimento das despesas.
O acordo também previa um reajuste da remuneração básica de 21,3% em quatro anos. Procurados, o Ministério do Planejamento e a Receita Federal não se posicionaram até a publicação desta matéria.