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Atuação de Viana a favor de Renan deixa PT “desapontado“

Petistas dizem que foram pegos de surpresa com a informação de que Viana chegou a procurar a presidente do STF, para negociar uma saída para o caso

O senador petista Jorge Viana (AC) (Antônio Cruz/ABr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 19h37.

Brasília - Senadores do PT não conseguem esconder o seu desapontamento em relação à postura adotada pelo senador Jorge Viana (PT-AC) diante do pedido de afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Viana, que é o primeiro vice-presidente da Casa, assumiria o posto se o Supremo Tribunal Federal (STF) tivesse confirmado a saída do peemedebista.

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Para um senador petista, Viana não precisaria ter se movimentado para garantir a queda de Renan, mas tampouco deveria ter atuado de maneira tão firme para que o peemedebista permanecesse no cargo.

Integrantes da bancada do PT dizem que foram pegos de surpresa com a informação de que Viana chegou a procurar a presidente do STF, Cármen Lúcia, para negociar uma saída para o caso e tentar evitar uma crise institucional.

À reportagem, o senador acreano desconversou ao ser questionado sobre o descontentamento de parte dos seus colegas do PT. "Não dá para agradar todo mundo. Pelo menos eu vou dormir tranquilo", disse.

Desde o primeiro momento em que o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, proferiu a liminar (decisão provisória) determinando o afastamento de Renan no cargo, Viana se mostrou desconfortável com a possibilidade de assumir a presidência do Senado.

Ao desembarcar em Brasília no início da noite de segunda-feira, 5, o petista foi primeiro falar com Renan na residência oficial, para somente depois se reunir com os integrantes da bancada do PT no Senado.

No encontro, chegou a cogitar a possibilidade de antecipar a eleição da Mesa Diretora, marcada para fevereiro, para não ter de permanecer no comando da Casa.

Viana também resistiu à ideia do PT de usar o cargo para trancar a pauta de votação das medidas econômicas do governo do presidente Michel Temer, como a da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos.

Publicamente, o senador sempre evitou fazer conjecturas sobre o que faria se fosse efetivado na presidência da Casa e afirmou que estava trabalhando para evitar uma guerra entre os Poderes.

Nesta quinta-feira, 8, Renan elogiou a postura de Viana e disse que o senador não era petista, mas sim uma "instituição suprapartidária".

Sanção

Apesar do descontentamento, Viana não deverá sofrer nenhum tipo de sanção oficial por parte da bancada ou da direção do PT.

Alguns senadores também tentaram minimizar o ocorrido. "Esse assunto é passado", disse a senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Para Paulo Paim (PT-RS), Viana manteve o perfil conciliador que lhe é característico. "Ajudou a evitar uma crise institucional."

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