Às vésperas de deixar TSE, corregedor condena novamente Bolsonaro e Braga Netto por 7 de setembro
Ministro Benedito Gonçalves compreendeu que ex-presidente e o general violaram expectativas de comportamento de candidatos, ao se apropriarem da data cívica
Agência de notícias
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 20h10.
O corregedor-geral-eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, condenou mais uma vez à inelegibilidade o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto em razão de abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, celebrado no ano passado.
A nova condenação se deu no bojo de uma ação movida pela coligação que patrocinou a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. Na semana passada, o TSE já havia condenado Bolsonaro e Braga Netto pelos mesmos fatos, no âmbito de ações movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).
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A decisão foi dada somente por Benedito Gonçalves e não de maneira colegiada. O documento foi assinado na sexta, 3. O corregedor-geral-eleitoral deixa a Corte nesta quinta-feira, 9, quando será substituído pela ministra Isabel Gallotti.
Ao 'organizar o processo', o ministro antecipou parcialmente a análise do mérito da ação, por considerar que o colegiado já havia decidido sobre o mesmo fato, em outras ações. Cabe recurso da decisão.
O corregedor argumentou que era cabível o julgamento parcial antecipado de mérito uma vez que a situação de Bolsonaro e Braga Netto não é diferente daquela que foi enfrentada pelo TSE no dia 31, quando foi declarada a inelegibilidade do ex-presidente e de seu candidato a vice.
Benedito destacou como a maioria da Corte eleitoral entendeu que foram comprovadas as condutas atribuídas a Bolsonaro e Braga Netto, de 'desvio de finalidade das comemorações oficiais do Bicentenário da Independência'.
"Na mesma linha de raciocínio, não há motivo para manter pendente a decisão a respeito das condutas dos investigados nesta ação, uma vez que, por maioria, já foram condenados pela prática de condutas idênticas", ponderou.
"Agora, é dever de coerência aplicar solução uniforme nas situações em que idênticos pontos controvertidos venham a ser resolvidos à luz de provas idênticas", completou.
A primeira condenação imposta pelo TSE a Bolsonaro, com a declaração de sua inelegibilidade, foi motivada pelo ataque às urnas eletrônicas e o sistema eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada.
Depois, Bolsonaro foi absolvido em um segundo bloco de ações, sob acusação de usar o cargo para fazer campanha na eleição de 2022.
Na semana passada, se deram as condenações por abusos na comemoração do 7 de Setembro de 2022.