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As pedaladas em pauta

Ontem foi dia de Temer e de Dilma comemorarem a mesma notícia. Uma perícia feita por técnicos do Senado concluiu que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade na edição de três decretos sem aval do Congresso, num valor total de 2,3 bilhões de reais; por outro lado, os técnicos não identificaram sua participação nas peladas […]

DILMA ROUSSEFF: em matéria recente, o Washington Post comparou o futuro governo Trump com o governo Dilma, comparação feita aqui nesta coluna semana passada / Evaristo Sa / Getty Images
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2016 às 06h30.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h11.

Ontem foi dia de Temer e de Dilma comemorarem a mesma notícia. Uma perícia feita por técnicos do Senado concluiu que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade na edição de três decretos sem aval do Congresso, num valor total de 2,3 bilhões de reais; por outro lado, os técnicos não identificaram sua participação nas peladas fiscais – os atrasos de repasses de 450 milhões de reais do Tesouro para bancos públicos para cobrir subvenções do Plano Safra.

Afinal, quem ganha? A defesa da presidente diz que conseguiu o que queria: um documento relatando que não houve crime de responsabilidade nas famigeradas pedaladas. A oposição não vê dessa forma. Líder do PSDB, Cássio Cunha Lima considerou o relatório como um “golpe fatal” em Dilma. Para o senador petista Humberto Costa, “está ficando cada dia mais claro que esse impeachment buscou justificativas como pretexto para afastar a presidente”. Ambos viram, assim, a metade meio cheia do copo.

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O resultado da perícia foi divulgado no mesmo dia de uma pesquisa do Ipsos, que revelou que a rejeição de Michel Temer está em 70%, e a de Dilma, em 75%. Mais uma vez, governistas e opositores comemoraram a desgraça alheia.

A rigor, a perícia e a pesquisa não têm poder de mudar nada. A perícia apenas ajudará na elaboração do parecer do relator da Comissão, Antonio Anastasia, e não tem caráter determinante para sua conclusão. Até lá, defensores de Dilma tentarão fortalecer a tese de golpe e de ilegitimidade de Temer. Na prática, a votação final no Senado deve levar outras questões em conta. “O que será levado em consideração é se Dilma conseguirá obter melhores resultados que Temer, o que até o momento parece improvável”, diz o consultor Juliano Griebeler, da Barral M Jorge.

De qualquer forma, quanto menos indefinição sobre o impeachment, melhor para o Brasil.

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