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Após carta aos evangélicos, Lula nega fazer documento em aceno ao agronegócio

"Eu tenho muita tranquilidade que qualquer oposição que o agronegócio tenha ao PT e a mim não é por conta de mau tratamento que eles tiveram quando fui governo ou quando Dilma foi presidente", afirmou Lula

O ex-presidente também voltou a dizer que a resistência do agronegócio a ele não é por "dinheiro", mas por "problema ideológico" (Buda Mendes/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 18h05.

Última atualização em 19 de outubro de 2022 às 18h33.

Horas após divulgar uma carta em aceno ao segmento evangélico, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva , rechaçou a possibilidade de emitir um documento ao agronegócio, setor que se posiciona majoritariamente favorável à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Não é possível fazer uma campanha fazendo carta para cada setor da economia brasileira. Eu tenho muita tranquilidade que qualquer oposição que o agronegócio tenha ao PT e a mim não é por conta de mau tratamento que eles tiveram quando fui governo ou quando Dilma foi presidente", afirmou Lula aos jornalistas durante sua passagem por Porto Alegre.

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O ex-presidente também voltou a dizer que a resistência do agronegócio a ele não é por "dinheiro", mas por "problema ideológico". Ele insistiu que empresários do ramo tiveram melhores oportunidades de financiamento durante as gestões do PT se comparado ao atual governo.

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"O problema do agronegócio conosco não é problema de dinheiro, pode ser problema ideológico, pode ser problema de concepção. Nós não vamos permitir ocupação desordenada da Amazônia, nós não vamos permitir ocupação desordenada de nenhum bioma", enfatizou.

Lula declarou ainda que "o homem do agronegócio não tem interesse em desmatamento ou queimada da Amazônia, quem tem interesse é transgressor da lei que não respeita o que já está na Constituição".

"Eu espero que as pessoas se convençam que cuidar do clima hoje é tão importante quanto qualquer outra atividade econômica, porque se a gente souber ter uma agricultura de baixo carbono a gente pode ter muito mais futuro do que fazer destruição", defendeu.

Lula tentou, ao longo de toda a campanha, calibrar o discurso em relação ao agronegócio. No primeiro turno, o petista teve de recuar após afirmar, durante sabatina no Jornal Nacional, da Globo, que parte do agronegócio brasileiro é "fascista e direitista". Dois dias depois, Lula fez novo aceno ao setor ao afirmar que entre os produtores de alimentos há "muita gente responsável", "que cuida do meio ambiente" e "está tentando preservar".

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