Após 7 encontros com Bolsonaro, Guedes também vai fazer teste de covid-19
Bolsonaro começou a apresentar sintomas de covid-19 no domingo e confirmou nesta terça que contraiu a doença
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de julho de 2020 às 15h22.
Última atualização em 7 de julho de 2020 às 21h36.
Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ter sido diagnosticado com a covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai se submeter ao exame para saber se contraiu ou não o novo coronavírus , segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Guedes esteve com Bolsonaro pelo menos sete vezes nos últimos 14 dias, período máximo de incubação do novo coronavírus até que o paciente comece a apresentar os sintomas. A mais recente foi na segunda-feira, numa reunião no Palácio do Planalto, quando o presidente já apresentava sinais da doença.
Outro compromisso foi a cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial, em 30 de junho, em que ambos estavam de máscara, mas trocaram um aperto de mãos. Na fase pré-sintomática, uma pessoa contaminada já pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sinais da doença. Diante da inexistência de uma vacina, autoridades sanitárias recomendam que as pessoas evitem o contato e mantenham distanciamento social.
Bolsonaro começou a apresentar sintomas de covid-19 no domingo e confirmou nesta terça que contraiu a doença. Segundo especialistas, o período de incubação (intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de dois a 14 dias, com média de cinco dias.
De acordo com informações da agenda pública de Guedes, além da cerimônia do auxílio emergencial, o ministro teve quatro reuniões com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em 23, 24 e 25 de junho e 6 de julho. Guedes também acompanhou o presidente, no Planalto, numa videoconferência da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na quinta-feira, 2 de julho. Na ocasião, o ministro sentou ao lado de Bolsonaro.
Na sexta-feira, 3, Guedes esteve novamente com Bolsonaro para uma reunião com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
O encontro mais recente entre o ministro e o presidente da República foi ontem, no Palácio do Planalto. Bolsonaro, de 65 anos, e Guedes, de 70, fazem parte do chamado grupo de risco para o coronavírus. A população acima de 60 anos é considerada mais vulnerável à doença.
Desde o início da pandemia, Guedes tem evitado compromissos presenciais e dá preferência a reuniões por videoconferência, inclusive com seus secretários e assessores. As exceções são os compromissos com o presidente e, mais recentemente, reuniões com parlamentares, ocasiões em que Guedes costuma ser visto usando máscara.
Bolsonaro, porém, não é usuário tão assíduo da proteção, apesar de o uso ser obrigatório em locais públicos no Distrito Federal. No mês passado, a Justiça chegou a conceder uma liminar obrigando o presidente a usar a máscara, mas essa decisão foi derrubada posteriormente pela desembargadora Daniele Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).