Apenas 10% dos brasileiros estão mais endividados no 2º semestre
Diretor da Fiesp avalia que o resultado garante boas perspectivas para o Natal, mas reclama da invasão dos importados
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2010 às 14h54.
São Paulo - Uma pesquisa elaborada pelo instituto Ipsos em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que apenas 10% dos brasileiros estão mais endividados neste semestre em relação ao semestre anterior.
“É uma boa condição de saúde do consumidor que reflete o bom desempenho da economia brasileira neste ano”, diz Paulo Francini, diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. “Se somarmos os que disseram que estão igualmente endividados com os que declararam estar menos endividados, temos quase 80%.”
Respostas | Total |
Mais endividado | 10% |
Igualmente endividado | 37% |
Menos endividado | 41% |
Não sabe/Não respondeu | 12% |
O resultado, diz Francini, gera boas perspectivas para o Natal. O quadro é mais favorável para o comércio do que para a indústria, pois o câmbio valorizado tem incentivado as importações. “Há várias árvores de Natal sendo armadas em outros países para comemorar o desempenho junto ao Brasil. Neste ano, 60% da demanda brasileira foi atendida por produção importada”, afirma o diretor da Fiesp, que participou nesta quarta-feira (27) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
Surpresa
Um item da pesquisa - feita com mil pessoas em 70 cidades de nove regiões metropolitanas - causou surpresa entre os empresários. Apenas 8% dos entrevistados disseram que anteciparam compras neste ano para aproveitar a redução de impostos promovida pelo governo. “Ocorreu uma concentração de compras no primeiro trimestre, mas isso não mudou muito o equilíbrio individual das pessoas quanto ao nível de endividamento”, diz Francini.
Respostas | Total |
Sim, antecipei as compras para aproveitar o IPI reduzido | 8% |
Não, a redução do IPI não interferiu nas minhas dívidas | 60% |
Não sabe/Não respondeu | 32% |
Entre os itens que mais pesam atualmente no orçamento doméstico, 75% apontaram o grupo alimentação, 17% destacaram as prestações em crediários de compra de bens de consumo e 15% citaram o pagamento de impostos. “A percepção do quanto o cidadão paga de impostos começa a entrar no radar da sociedade.”
Poupança
A pesquisa Ipsos/Fiesp aponta que 70% das pessoas não terão dinheiro sobrando para poupança após descontar os gastos previstos no segundo semestre. Para o diretor da Fiesp, há duas explicações: não há uma cultura de poupança por parte do brasileiro e a renda, embora crescendo, ainda não é suficiente para gerar excedente.
O levantamento, publicado com exclusividade por EXAME.com, foi feito entre os dias 24 e 31 de agosto.
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