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Ao contrário da automotiva, indústria de máquinas não quer taxar importados

"Em vez de elevar IPI para os importados, deveria reduzir para os nacionais", diz Abimaq

Linha de produção da Weg equipamentos, a maior empresa de bens de capital do Brasil (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2011 às 12h24.

São Paulo – Se depender da vontade da indústria brasileira de máquinas , os importadores de equipamentos não precisam temer um aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos moldes do setor automotivo.

“Em vez de elevar o IPI para os importados, o governo deveria reduzir impostos para os produtos nacionais”, diz José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em entrevista a EXAME.com.

O executivo diz que a alta do IPI para carros trouxe apenas uma boa notícia. “A única coisa positiva dessa medida é a sinalização de que o governo abriu os olhos e passou a reconhecer que o Brasil está passando por um processo de desindustrialização.”

Porém, Velloso ressalta que a elevação da carga tributária para os produtos importados não resolve o problema da falta de competitividade da indústria nacional. “O fato de você tributar mais o produto importado não quer dizer que o bem fabricado aqui dentro vai ser mais competitivo lá fora. A indústria brasileira precisa vender aqui dentro e exportar. O Brasil não vai exportar um automóvel a mais porque o IPI sobre o caso chinês e coreano é maior.”

Velloso: "Governo errou no remédio" (Divulgação/Abimaq)

O vice-presidente da Abimaq diz que o “governo acertou no diagnóstico do problema, mas errou no remédio”.

“Em vez de o produto manufaturado brasileiro ser mais barato para o consumidor brasileiro, ele acaba ficando mais caro. Então, o Brasil que tinha o automóvel mais caro do mundo, vai continuar tendo o carro mais caro do mundo. Isso está errado.”

A decisão de proteger a indústria automobilística também foi criticada pelo setor de máquinas. “Por que o governo resolveu proteger uma indústria que já é altamente protegida?”


O empresário lembra que a alíquota média de importação do setor de máquinas é de 6% e a máxima, de 14%. “Já o setor automobilístico tem a alíquota de 35%, que é a máxima permitida pelas regras internacionais.”

A indústria de máquinas vai reivindicar ao governo que exija que os componentes nacionais utilizados nos carros (que precisam cumprir a cota de 65% de componentes nacionais) sejam fabricados com equipamentos brasileiros.

“Vamos, então, proteger toda a cadeia produtiva e não apenas os carros. A máquina que produz as peças tem que ser nacional. O aço que produz a máquina tem que ser nacional. A matéria-prima do aço tem que ser nacional e assim por diante”, diz o empresário. “Já que é para fazer a festa, vamos convidar todo mundo para o baile.”

“A Abimaq não vai pedir aumento de imposto sobre as máquinas importadas. A gente quer um ambiente mais competitivo no Brasil.” Entre as medidas desejadas pelo setor estão a redução dos impostos, a simplificação da carga tributária, combate a fraudes nas importações, câmbio menos valorizado e melhor infraestrutura.

A recente valorização do dólar – a moeda americana superou a marca de R$ 1,80 – não é mérito do governo brasileiro, segundo Velloso. “Isso é fruto da crise europeia. Toda a vez que há turbulência, o mundo corre para o dólar, não tem nada a ver com a política monetária brasileira.”

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“Em vez de elevar o IPI para os importados, o governo deveria reduzir impostos para os produtos nacionais”, diz José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em entrevista a EXAME.com.

O executivo diz que a alta do IPI para carros trouxe apenas uma boa notícia. “A única coisa positiva dessa medida é a sinalização de que o governo abriu os olhos e passou a reconhecer que o Brasil está passando por um processo de desindustrialização.”

Porém, Velloso ressalta que a elevação da carga tributária para os produtos importados não resolve o problema da falta de competitividade da indústria nacional. “O fato de você tributar mais o produto importado não quer dizer que o bem fabricado aqui dentro vai ser mais competitivo lá fora. A indústria brasileira precisa vender aqui dentro e exportar. O Brasil não vai exportar um automóvel a mais porque o IPI sobre o caso chinês e coreano é maior.”

Velloso: "Governo errou no remédio" (Divulgação/Abimaq)

O vice-presidente da Abimaq diz que o “governo acertou no diagnóstico do problema, mas errou no remédio”.

“Em vez de o produto manufaturado brasileiro ser mais barato para o consumidor brasileiro, ele acaba ficando mais caro. Então, o Brasil que tinha o automóvel mais caro do mundo, vai continuar tendo o carro mais caro do mundo. Isso está errado.”

A decisão de proteger a indústria automobilística também foi criticada pelo setor de máquinas. “Por que o governo resolveu proteger uma indústria que já é altamente protegida?”


O empresário lembra que a alíquota média de importação do setor de máquinas é de 6% e a máxima, de 14%. “Já o setor automobilístico tem a alíquota de 35%, que é a máxima permitida pelas regras internacionais.”

A indústria de máquinas vai reivindicar ao governo que exija que os componentes nacionais utilizados nos carros (que precisam cumprir a cota de 65% de componentes nacionais) sejam fabricados com equipamentos brasileiros.

“Vamos, então, proteger toda a cadeia produtiva e não apenas os carros. A máquina que produz as peças tem que ser nacional. O aço que produz a máquina tem que ser nacional. A matéria-prima do aço tem que ser nacional e assim por diante”, diz o empresário. “Já que é para fazer a festa, vamos convidar todo mundo para o baile.”

“A Abimaq não vai pedir aumento de imposto sobre as máquinas importadas. A gente quer um ambiente mais competitivo no Brasil.” Entre as medidas desejadas pelo setor estão a redução dos impostos, a simplificação da carga tributária, combate a fraudes nas importações, câmbio menos valorizado e melhor infraestrutura.

A recente valorização do dólar – a moeda americana superou a marca de R$ 1,80 – não é mérito do governo brasileiro, segundo Velloso. “Isso é fruto da crise europeia. Toda a vez que há turbulência, o mundo corre para o dólar, não tem nada a ver com a política monetária brasileira.”

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