Celso Amorim viaja para Havana para estreitar relações do Brasil com Cuba
Assessor especial de Lula passará três dias fora do Brasil
Agência de notícias
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 08h02.
Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 08h02.
O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, embarcou nesta madrugada para Cuba, como enviado especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o que chamou de "retomada" das relações com o país caribenho. Segundo ele, o Brasil pode ajudar os cubanos com diálogo, comércio e investimentos.
— É uma retomada, porque nunca rompemos. Vou lá como representante pessoal do presidente Lula, para conversar e verificar como melhorar, de maneira produtiva, nosso relacionamento. Sempre buscamos encontrar um caminho positivo para Cuba — afirmou Amorim ao GLOBO.
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Ele ressaltou que o povo cubano tem sofrido com as sanções impostas pelos Estados Unidos. Defendeu o financimento do Porto de Mariel pelo BNDES, argumentando que o terminal tem por objetivo facilitar a integração de Cuba no comércio internacional.
— É uma viagem prospectiva. O Brasil é um país que pode ajudar muito com o diálogo, mas também com comércio e investimentos.
Amorim passará três dias fora do país. Existe a expectativa de o emissário de Lula ser recebido pelo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Um tema que deverá entrar na agenda é a dívida do país com o BNDES. Técnicos do governo brasileiro afirmam que Cuba e Venezuela devem mais de US$ 1 bilhão ao banco.
— Cuba tem uma dívida e precisamos encontrar uma solução que seja correta e legal.
As relações entre Brasil e Cuba começaram a esfriar, quando Havana não reconheceu Michel Temer como presidente do Brasil no lugar de Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro o clima piorou, devido às duras críticas ao regime cubano, de esquerda.
Ex-chanceler nos dois primeiros mandatos de Lula, Amorim é sempre designado para missões em nome do presidente. Em março deste ano, viajou a Caracas e se reuniu com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para uma reaproximação após quatro anos de rompimento com o governo Bolsonaro.
Amorim esteve em Moscou, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em abril deste ano. Em maio, ele foi até Kiev, onde se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.