Aluguel social do Morro do Bumba começa a ser pago
Moradores que perderam suas casas no desabamento em Niterói vão receber R$ 400 reais; tragédia aconteceu em abril de 2010
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 18h35.
Rio de Janeiro - Cerca de 300 pessoas, que moravam no Morro do Bumba, em Niterói, tiveram que enfrentar hoje (24) uma grande fila, debaixo de sol forte, em frente à Escola de samba Unidos do Viradouro, para receber a última parcela do aluguel social que estava atrasada.
O benefício, um cheque no valor de R$ 400, começou a ser distribuído às 10h e muitos, com medo de não receber o pagamento, amanheceram na fila.
Na madrugada da última terça-feira (22), perto de mil pessoas também formaram uma gigantesca fila, no mesmo local, para receber o benefício. Entretanto, centenas de ex-moradores ficaram sem o pagamento e, revoltados, deram início a uma manifestação. A Polícia Militar reprimiu o ato, utilizando gás de pimenta. Os manifestantes chegaram a interditar a Rua João de Deus. Durante a ação policial, uma mulher desmaiou e uma pessoa foi detida. A confusão começou com a confirmação de que o benefício não seria levado para a quadra da escola de samba, local do pagamento.
Depois, centenas de ex-moradores do Bumba decidiram então organizar uma passeata rumo à prefeitura de Niterói, no centro da cidade. Lá, não foram recebidos pelo prefeito Jorge Roberto Silveira e resolveram caminhar até a Câmara Municipal, onde assistiram a uma sessão plenária que abordou apenas os danos das chuvas de abril do ano passado.
Segundo a prefeitura de Niterói, um problema técnico afetou a lista dos atendidos pelo aluguel social e isso teria impedido o pagamento.
Ainda, de acordo com a prefeitura, na manhã de hoje houve a entrega do cheque para os moradores com nomes começados pelas letras A até M. Amanhã (25), está previsto o pagamento para as pessoas com nomes de N a Z.
Em consequência das fortes chuvas de abril de 2010, o Morro do Bumba, onde antigamente funcionava um lixão, deslizou soterrando dezenas de casas de uma favela construída no local. A tragédia causou a morte de seis moradores e deixou 2.386 pessoas desabrigadas.