Aécio recebeu R$ 80 mi para campanha e pediu mais, diz delator
O diretor de Relações da JBS não deu detalhes sobre a forma do repasse ao tucano, mas disse que as "questões" eram na maioria das vezes "ilícitas"
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de maio de 2017 às 13h51.
Em delação ao Ministério Público, o diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS , Ricardo Saud, relatou, no último dia 7, que o grupo pagou R$ 80 milhões para a campanha do então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves .
Principal braço direito de Joesley Batista, dono da JBS, nas negociações com políticos do governo ou da oposição, Saud não deu detalhes sobre a forma do repasse ao tucano, mas disse que as "questões" eram na maioria das vezes "ilícitas".
O delator contou que Joesley sempre "correu" do candidato. "Ele (Aécio) continuou pedindo mais dinheiro após a campanha", relatou. Saud ainda contou que um homem de prenome Fred era o interlocutor de Aécio para receber o dinheiro, sempre em shopping center movimentado.
O dinheiro era guardado por Fred numa mochila de cor preta. Uma pessoa próxima de Aécio conhecida por Fred é o primo dele Frederico Pacheco de Medeiros, preso no âmbito das investigações nesta quinta-feira, 18.
O delator ainda contou que pagava "propina" a dois intermediários de Eduardo Cunha, Altair e Lúcio Funaro.