Exame Logo

Prisão de Garotinho é arbitrária e ilegal, dizem advogados

Segundo nota, "estão sendo tomadas as medidas cabíveis e, em breve, ele terá a sua liberdade restabelecida"

Anthony Garotinho: vários outros políticos também já foram presos em decorrência da mesma operação (Wikimedia Commons)
AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 14h20.

Última atualização em 16 de novembro de 2016 às 14h21.

A prisão do secretário de Governo da prefeitura de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio, Anthony Garotinho "é arbitrária, ilegal e baseada em fatos que não ocorreram". A afirmação foi feita à Agência Brasil pela assessoria de imprensa da prefeitura daquele município.

Segundo a nota em resposta a um pedido da agência, e atribuída ao escritório de advocacia que atende ao ex-governador e ex-deputado federal Anthony Garotinho, "estão sendo tomadas as medidas cabíveis e, em breve, ele terá a sua liberdade restabelecida".

Veja também

O criminalista Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa de Garotinho, afirmou, também em nota, que o decreto de prisão ocorrido em razão de decisão da 100ª Vara Eleitoral de Campos vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"A prisão a qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou", diz na nota o criminalista.

Segundo ele, pessoas presas mudaram vários depoimentos após ameaças do delegado da Polícia Federal que conduz o caso. O nome dele não foi revelado.

"No entanto, o TSE já deferiu quatro liminares por prisões ilegais. A Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho", diz. O advogado adiantou, ainda, que a defesa irá ingressar com habeas corpus ainda hoje visando a liberdade de Garotinho.

Mulher de Garotinho é prefeita de Campos

Também em nota, o Departamento da Polícia Federal em Campos, ao confirmar a prisão do ex-governador, disse ter cumprido hoje (16) dois mandatos judiciais contra o atual secretário de Governo da prefeitura de Campos. A prefeita de Campos é Rosinha Garotinho, mulher de Antony Garotinho.

O primeiro mandato foi o de prisão preventiva e o segundo de busca e apreensão em um imóvel de Garotinho, no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, onde ele foi preso.

Na nota, a Polícia Federal afirma que a diligência faz parte da Operação Chequinho, "que investiga a ação de uma associação criminosa montada com o objetivo de fraudar as últimas eleições no município".

Por telefone, a Polícia Federal em Campos dos Goytacazes informou à Agência Brasil que o ex-governador será conduzido ainda hoje para aquele município e que outras prisões ainda poderiam ser feitas uma vez que a operação "continuava em aberto".

Garotinho foi preso por volta das 10h desta manhã em um apartamento de sua propriedade, localizado na Rua Senador Vergueiro, no bairro do Flamengo. A prisão se deu em cumprimento a um mandado expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da Justiça Eleitoral de Campos.

Cheque Cidadão

A Operação Chequinho investiga o uso eleitoral do programa Cheque Cidadão. A superintendência da Polícia Federal em Campos informou ainda que, ao longo do dia, dará mais em aberto e novas prisões poderão ser efetuadas.

A Operação Chequinho foi deflagrada no último dia 19 de outubro, quando foram presos os vereadores Miguel Ribeiro Machado e Ozéias Martins, que, segundo a Polícia Federal, eram responsáveis por recolher documentos para o cadastramento dos eleitores no programa.

Na segunda fase da operação foi presa em Copacabana, também na zona sul, a vereadora eleita Linda Mara Silva, ex-assessora particular da prefeita Rosinha Garotinho. Foram presas a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Alvarenga, e a radialista Beth Megafone.

Várias outras pessoas, em sua maioria políticos, também já foram presas em decorrência da mesma operação, inclusive a ex-coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch, e a o vice-presidente da Câmara, Thiago Virgílio, que já estava afastado de suas funções.

Acompanhe tudo sobre:Polícia FederalPolíticosPrisõesRio de Janeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame