A partir de reunião ministerial, coisas começaram a fluir em articulação, afirma Lira
Ele disse que o petista conseguiu, a partir daí, "cacifar" os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha
Agência de notícias
Publicado em 5 de julho de 2023 às 13h28.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira, 5, que houve um avanço na articulação política do governo com o Congresso depois da reunião ministerial organizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 15 de junho. Ele disse que o petista conseguiu, a partir daí, "cacifar" os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
"Daí por diante as coisas começaram a fluir no sentido de encaminhamento de articulação entre o que o ministro Padilha e o ministro Rui acertam com os ministérios e com a política. Mas isso é uma sinalização de que o governo precisa, tem que praticar política. O governo precisa atuar de maneira mais clara e transparente, claro, obedecendo sempre os princípios republicanos para formar sua base", afirmou Lira em entrevista à GloboNews.
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De acordo com Lira, uma maior articulação e autonomia dos ministros palacianos facilita a relação do governo com o Congresso. Como mostrou o Broadcast Político, a falta de poder decisório por parte de Rui e Padilha, além da dificuldade em atender os pleitos dos deputados, era alvo de críticas pelas lideranças da Câmara.
Lira também afirmou que a liberação de emendas aos deputados é absolutamente republicana e faz parte, inclusive, de acordo feito com o governo junto ao Parlamento. A demora na liberação dos recursos também virou alvo de ataques por parte dos congressistas. "O governo sabe que ele é ciente das suas obrigações e devedor dos compromissos que fez ou com Senado, ou com a Câmara, com o Congresso com relação à execução do orçamento de 2023", disse ele.
Lira afirma que nunca pediu ministério
O presidente da Câmara também reafirmou que nunca tratou com Lula ou com ministros da articulação a possibilidade de nomeação em ministérios. Nas últimas semanas, especulou-se nos bastidores uma eventual entrega do Ministério da Saúde ao Centrão. A pasta, com um orçamento de R$ 188,3 bilhões neste ano e que foi por muito tempo feudo do PP de Lira, é cobiçada pelo partido. O governo, no entanto, resiste a entregar o ministério.
Lira também destacou que não se envolveu na substituição de Daniela Carneiro (União-RJ) por Celso Sabino (União-PA) no Ministério do Turismo. Nos bastidores, a troca, ainda não efetivada, é vista como um caminho para melhorar a relação do governo na Câmara, especialmente com o União Brasil.