120 mi no Galeão; Previsão: 0,5% em 2017…

120 mi para o Galeão

O governo decidiu que a Infraero fará um aporte de 120 milhões de reais no Galeão, o enrolado aeroporto internacional do Rio, informa o jornal O Globo. O consórcio responsável vão acompanhar a estatal e investir outros 120 milhões de reais. É parte da outorga prevista de 1 bilhão de reais, que venceu em maio. Os recursos serão injetados em aportes mensais de 10 milhões de reais de cada parte. O governo ainda trabalha para que seja possível escalonar as outorgas – o tema será discutido numa reunião prevista para hoje. Resolver as pendências do Galeão é considerado fundamental para que novos investidores brasileiros e estrangeiros se interessem em participar de futuras concessões.

–

Previsão para 2017: 0,5%

Os analistas ouvidos pelo Banco Central reduziram mais uma vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro para 2017 – de 0,7% para 0,58%. É o nono recuo consecutivo. Em setembro, a previsão era de um avanço de 1,38%. O pessimismo vem num momento em que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, indicar que vai acelerar o ritmo da queda de juros, e com o Boletim Focus, do Banco Central, indicando que a inflação deve fechar o ano em 6,49%, muito perto do teto da meta estabelecida, de 6,5%. Ainda assim, o tombo da economia em novembro e dezembro não incentiva analistas a projeções mais otimistas.

–

Desemprego avança

Outro dado ruim: segundo o jornal Valor, as previsões de desemprego para 2017 apontam para uma média de 13%, acima dos 11,5% de média de 2016, devido sobretudo a uma recuperação mais lenta que o previsto da economia. “Todo mundo pegou o Fundo de Garantia, virou ‘empreendedor’. O negócio não deu certo e agora tem um monte de gente sem poupança, sem ‘colchão’”, afirmou ao jornal José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.

–

Lula réu — de novo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou mais uma vez réu — a quinta, terceira na Lava-Jato — nesta segunda-feira. Desta vez, Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquemas relacionados à Odebrecht. Também viraram réus a mulher de Lula, Marisa Letícia, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e outras cinco pessoas. A denúncia é relacionada a propinas pagas pela empresa no esquema da Petrobras para a compra de um terreno que seria sede do Instituto Lula, na zona sul de São Paulo.

–

Cunha diz ser pressionado

A defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha alegou numa petição protocolada no Supremo Tribunal Federal que ele está sendo pressionado pela Lava-Jato para fazer o acordo de delação premiada. Os advogados dizem que a transferência do ex-deputado para o Complexo Penal de Pinhais, no Paraná, é uma forma de pressão para que ele colabore na operação. Cunha foi transferido nesta segunda-feira para o presídio sob a alegação de que a carceragem da Polícia Federal está ficando superlotada. Para os advogados, o problema é que outros presos, como Leo Pinheiro, da OAS, que já estão condenados não tiveram o pedido de transferência aceito.

–

Teori sem pausa

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF as delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. A entrega aconteceu depois que o presidente Michel Temer pediu celeridade ao caso por parte da PGR. Os documentos foram alojados na sala-cofre do Supremo e devem ser acessados somente pelo ministro relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, que afirmou que trabalhará mesmo durante o recesso. São centenas de depoimentos gravados em vídeo ou em texto que serão analisados pelo ministro, que decidirá se a delação será homologada. Ele criticou os vazamentos de informações da delação na imprensa nos últimos dias.

_

Vale: notícia boa, notícia ruim…

A mineradora Vale concluiu negociações com a americana Mosaic para a venda de seus negócios no ramo de fertilizantes. O valor total da transação é de 2,5 bilhões de dólares, sendo que metade do valor será pago em ações da própria Mosaic. A Vale manterá apenas ativos de fosfatados localizados em Cubatão. Todos os outros negócios de fertilizantes, incluindo o projeto de potássio Carnalita, em Sergipe, e atividades no exterior serão vendidos. Já a mineradora australiana Fortescue Metals informou que a parceria com a Vale para encomendas por siderúrgicas chinesas não deve avançar. “Nós tivemos discussões muito construtivas com a Vale, mas não fomos capazes de chegar a termos comerciais”, disse à Reuters o presidente da Fortescue, Nev Power.

_

Brasil vs. Canadá

A Câmara de Comércio Exterior autorizou abertura de procedimento de solução de controvérsias contra o Canadá na Organização Mundial do Comércio. A ação é contra os subsídios canadenses concedidos — no valor total de 2,5 bilhões de dólares — à fabricante de aviões Bombardier. A empresa é a principal concorrente da brasileira Embraer. O governo brasileiro alega que há indício de que o governo esteja planejando um novo aporte “significativo para assegurar a viabilidade da nova linha de aviões C-Series”. Esse será o segundo contencioso que o Brasil abre contra o Canadá por causa da disputa entre Embraer e Bombardier. Na primeira, a OMC decidiu a favor do Brasil, em 2002, depois de uma disputa de cinco anos.

–

Trump confirmado

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, teve a vitória confirmada ontem ao ultrapassar os 270 votos necessários no colégio eleitoral. Pelo sistema de votação americano, os eleitores escolhem os delegados, que por sua vez ratificam os votos no colégio. Em teoria, os delegados podem até mudar de voto, mas o fato é raríssimo – ontem, dois delegados texanos debandaram para os lados da democrata Hillary Clinton. Mas outros quatro representantes do estado de Washington deixaram de votar em Hillary. Elas por elas, Trump está oficialmente eleito, e toma posse no dia 20 de janeiro.

–

Condenação no FMI

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, foi condenada por negligência, nesta segunda-feira, por um tribunal de Paris, mas não recebeu nenhuma pena da corte. Os juízes decidiram que, quando era ministra das Finanças da França, Christine deveria ter insistido em derrubar um pagamento de 285 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, conhecido por ser amigo pessoal do então presidente Nicolas Sarkozy. A indenização foi paga após um caso de arbitragem, que decidiu, em 2008, que Tapie foi prejudicado na venda de uma empresa de equipamentos esportivos nos anos 90. De acordo com o tribunal, a negligência da então ministra não foi apenas uma escolha política infeliz. O FMI fica em posição desconfortável. O antecessor de Christine, Dominique Strauss-Kahn, renunciou em 2011 após um escândalo de abuso sexual a uma camareira num hotel de Nova York.