1,2 mil médicos cubanos chegam ao Brasil até fim de junho
O desembarque dos médicos sela o entendimento entre governo brasileiro e cubano depois de um impasse que durou cerca de um mês
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de maio de 2017 às 21h40.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 21h56.
Brasília - Cerca de 950 profissionais cubanos desembarcam no Brasil até o fim de junho para trabalhar no Mais Médicos.
O grupo deve vir acompanhado de outros 300 médicos que já atuavam no programa e que haviam retornado temporariamente a Cuba - para passar férias ou para renovar documentos.
O desembarque sela o entendimento entre governo brasileiro e cubano depois de um impasse que durou cerca de um mês.
Em abril, Cuba havia suspendido o envio de profissionais ao programa, numa reação ao aumento expressivo de médicos que, chamados de volta pelo país, entraram na Justiça e obtiveram o direito de continuar no Mais Médicos.
Foram ao menos 100 profissionais que conseguiram liminares.
Numa reunião realizada há duas semanas, Cuba e Brasil entraram em um acordo.
O Brasil informou que passaria a punir prefeituras que incentivassem cubanos a ingressar com ações na Justiça para permanecer no país.
Além disso, abriu a possibilidade de Cuba negociar diretamente com prefeituras para enviar novos profissionais desde que elas arcassem com o pagamento dos salários, numa espécie de programa paralelo do Mais Médicos.
Algo atrativo para o governo cubano, pois significa possibilidade de expansão dos convênios e, consequentemente, de receitas.
A estimativa é de que 4 mil cubanos deixem o Brasil até julho. Nesta primeira etapa, virão 950 profissionais para fazer a reposição.
O objetivo, porém,é de que todas as vagas sejam repostas. Por causa do impasse dos meses anteriores, há o risco de o cronograma ser mais lento do que o inicialmente previsto.
Isso fará com que a assistência à saúde em algumas cidades atendidas pelo programa seja prejudicada com a falta temporária de médicos.
Desde que assumiu a pasta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, mostrou a intenção de reduzir a participação de cubanos no Mais Médicos.
O ministro deixou claro que a atuação de estrangeiros ficaria restrita a áreas consideradas pouco atrativas para brasileiros, como distritos de saúde indígena.
Dentro da pasta, no entanto, é certo que a velocidade parasubstituição de cubanos por médicos brasileirostem de ser controlada para evitar vazios assistenciais.
Embora a resistência de profissionais brasileiros ao Mais Médicos tenha caído de forma expressiva, quando comparada com os primeiros meses do programa, há ainda um problema considerado grave: os altos índices de desistência.
Um problema que não ocorre com cubanos que geralmente permanecem os 3 anos na cidade para a qual foram escalados.