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Planalto não vê fim da crise após saída de Geddel

Governo quer acelerar indicação de substituto do ministro para que problemas não se alastrem

 (Ueslei Marcelino/Reuters)

(Ueslei Marcelino/Reuters)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 13h55.

Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 14h08.

Brasília – A demissão tardia do ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), não será suficiente para estancar a crise política no governo do presidente Michel Temer (PMDB). A avaliação é de interlocutores do peemedebista, que falaram a EXAME.com na manhã desta sexta-feira (25).

De acordo com fontes próximas a Temer, o Palácio do Planalto já assimilou que a decisão sobre a saída de Geddel “foi tardia e deveria ter ocorrido no início da semana, logo após a repercussão de declarações de [Marcelo] Calero”.

Por isso, a percepção é que a saída de Geddel não determinará o fim da crise política.

O plano de reparação de danos do governo diante desse cenário é acelerar a indicação do substituto de Geddel para que os problemas não se alastrem para outros membros do núcleo duro. O nome pode ser definido até o início da próxima semana.

Auxiliares de Temer afirmaram que o objetivo é encontrar alguém que consiga manter equilibradas as articulações do governo dentro do Congresso e que garanta a aprovação de medidas essenciais para a melhora da economia.

Para fazer sua escolha, Temer deve se reunir com partidos da base governista ao longo do final de semana. O objetivo é apagar um eventual “incêndio” causado pela saída de Geddel.

Segundo fontes, não está descartada uma jogada política na escolha do nome do substituto de Geddel. O peemedebista estaria avaliando a possibilidade de prestigiar algum nome da base aliada da Câmara dos Deputados.

ENTENDA O CASO

O estopim para a saída de Geddel seria a denúncia de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura.

Considerado um dos principais articuladores de Temer, o ministro está no meio da crise que aflige o governo desde a última sexta-feira (18), quando Calero acusou Geddel de tê-lo pressionado a produzir parecer técnico para favorecer seus interesses pessoais.

Em depoimento à Polícia Federal na quinta-feira, Calero afirmou que Temer o teria “enquadrado” com o objetivo de construir uma “saída” no caso do imóvel de interesse de Geddel. O ex-ministro da Cultura também disse que foi pressionado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS). O governo admite o encontro para solucionar impasse na sua equipe e evitar conflitos entre seus ministros.

Qual é o resultado disso tudo? O alerta vermelho está aceso no governo, já que a avaliação é de que o depoimento de Calero à PF pode provocar uma crise ainda pior no primeiro escalão.

“Há o temor de que a crise atinja outros nomes importantes da cúpula do governo Temer”, explicou auxiliar de Temer a EXAME.com.

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