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Será que você também tem que melhorar alguma dessas cinco habilidades?

Recrutadores acreditam que os profissionais precisam de mais pensamento estratégico, inteligência emocional, inglês, adaptabilidade e criatividade

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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 16 de outubro de 2020 às, 09h30.

Ano após ano eu acompanho o árduo trabalho dos consultores da Robert Half para encontrar profissionais qualificados com fluência no inglês. O alto grau de desafio é similar em todas as unidades da empresa no Brasil: São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, ABC e Baixada Santista, Belo Horizonte e Porto Alegre. Isso acontece porque o nível de proficiência no idioma no País - infelizmente - é baixo. Com a pandemia, porém, os líderes responsáveis pelo preenchimento de vagas dentro das companhias estão com a percepção de que, apesar do segundo idioma continuar sendo importante, tem faltado algo a mais aos profissionais.

Esse dado chegou até mim por meio das sondagens que fazemos trimestralmente para a elaboração do Índice de Confiança Robert Half (ICRH). Na 13ª edição, cuja sondagem foi realizada em agosto, entrevistamos 397 recrutadores para saber, entre outras coisas, quais habilidades eles acreditam que os profissionais ainda precisam aprimorar. No topo da lista das respostas, que eram de múltipla escolha, apareceu o pensamento estratégico, citado por 69% dos respondentes. Na sequência, estavam a inteligência emocional (68%), o inglês (45%), a adaptabilidade (44%) e a criatividade (40%).

Apesar de o inglês ainda ser uma competência extremamente importante e cada vez mais obrigatória para os profissionais ampliarem suas oportunidades de atuação, gostaria de destacar a valorização das demais habilidades, especialmente em função das exigências proporcionadas por um momento crítico e desafiador como a da crise provocada pela pandemia da Covid-19. 

Naturalmente, o pensamento estratégico de todo o time tem sido colocado à prova. Afinal, têm se destacado nesse período os colaboradores com capacidade de propor ações emergenciais com os olhos no agora e o pensamento no futuro, com uma visão de médio e longo prazo, ainda que a gente esteja desenhando o presente e com algumas incertezas do que está por vir. Independentemente desse cenário, as empresas precisam de pessoas com capacidade de resolver desafios rapidamente com recursos, por vezes, limitados. Caso queira, você pode treinar essa habilidade criando o hábito de olhar as situações sempre por um contexto mais amplo.

Com relação a inteligência emocional, que aparece em segundo lugar na pesquisa, ela diz respeito a nossa capacidade de reagir com paciência e discernimento diante de pessoas ou situações complicadas. Porém, para ter esse controle de pensamentos, emoções e ações, é fundamental que a pessoa se conheça. Basicamente, você precisa saber quem é, o que faz de melhor, qual imagem transmite ao outro, o que ou quem influencia as suas decisões e reações e quais são suas vulnerabilidades e pontos de melhoria, por exemplo. 

Em tempos de pandemia ou de outro período desafiador que nos tire da zona de conforto, a adaptabilidade é autoexplicativa. Afinal, é preciso uma boa dose dela para continuar sendo produtivo e engajado independentemente do terreno no qual estejamos transitando. Já a criatividade, diferentemente do que muitos pensam, não tem a ver apenas com talentos para as áreas de propaganda e marketing. Está relacionada a nossa capacidade de combinar ideias, elementos, pessoas ou recursos para melhorar algo ou alguma situação.

O mundo está mudando. Sem nos afastarmos da nossa essência, a gente, como pessoa e profissional, precisa mudar também se quiser continuar transitando no planeta de uma maneira mais confortável. Como eu já disse em outros momentos, esse não é nosso primeiro e nem o último grande desafio, mas podemos sempre escolher sair mais fortalecidos de cada um deles.

Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.

*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half