Fundos Imobiliários – bolsa para quem não quer alta volatilidade
Como os Fundos Imobiliários podem resolver a queda de rentabilidade na renda fixa.
Publicado em 27 de janeiro de 2017 às, 13h33.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2017 às, 15h47.
Nos últimos dias recebi uma enxurrada de questões relacionadas a uma possível mudança de portfólio e planos para aplicações financeiras. Tudo isso causado pelo temor da anunciada queda acentuada da SELIC.
Mudar de pós para pré? Ir para a bolsa? Fundos imobiliários de tijolos ou recebíveis? Tesouro Direto? E por aí vai. Perguntas para todos os gostos.
Você que acompanha o blog Etiqueta Financeira já sabe da importância da diversificação, mas as pessoas comuns ainda parecem buscar um único caminho, uma única cesta para depositar todos os ovos que possuem, e ainda ter o máximo do trinômio rentabilidade x segurança x retorno.
Por isso, as orientações de hoje convergem para aumentar as posições em Fundos Imobiliários.
Vamos começar com a rentabilidade acumulada do IFIX em 2016 que foi de 33,35% contra 42,9% do IBOV.
Ambos são renda variável e muitos se enganam em pensar que “se deu melhor” quem investiu no IBOV. Ao olhar somente o desempenho dos índices, esquecemos de verificar os rendimentos e/ou dividendos distribuídos. Algo como 12% nos fundos imobiliários e cerca de 5% pelas empresas do IBOV. Com isso a distância de performance se reduz substancialmente.
O outro ponto da análise se refere à segurança atrelada à liquidez. Ou seja, a volatilidade que pode estar contra você justamente quando você quiser ou precisar retirar o dinheiro da aplicação.
Repare no gráfico colocado na cabeça deste artigo, a linha Azul para IBOV e Vermelha para IFIX. Você pode usar a ferramenta aqui no site Exame.com neste link: https://exame.com/mercados/cotacoes-bovespa/indices/BVSP/grafico
É fácil perceber a alta volatilidade do IBOV contra a estabilidade do IFIX e ao final, você teria um resultado muito próximo.
Mas antes que algum desavisado escreva um comentário raso, seria muito fácil e simples olhando para o gráfico que reporta o passado, dizer coisas “inteligentes” como: o IBOV performou melhor a maior parte dos períodos, portanto se eu precisasse de retirada a chance de tirar na alta seria maior no IBOV.
Para quem, como eu, interage todos os dias com investidores, sabe da dificuldade que um investidor não profissional tem em tomar tal decisão. A verdade é que ao se deparar com uma alta rentabilidade, o investidor normal quer aumentar sua posição, e não retirar. Ou seja, acaba comprando na alta.
Outro ponto é que os investidores sempre declaram: "Minha visão é de longo prazo". Mas, se precisarem (e nunca se sabe quando precisarão) querem colocar a mão no dinheiro. Assim, a curva mais estável do IFIX traz maior segurança que a retirada acontecerá sem a volatilidade contra o investidor.
Isto posto, ao final você aplicará no fundo X ou na ação Y. Quando aloca seu dinheiro em um fundo imobiliário pode escolher um fundo multi-ativos, de tijolos ou de recebíveis. E naturalmente estará diversificado. Nas ações enfrentará muita complexidade, se sair do ETF BOVA11 e quiser você mesmo reproduzir o IBOV, comprando cada uma ações que compõem a carteira.
Em muitos casos, dentro dos fundos de recebíveis você ainda terá acesso a papéis que nunca foram distribuídos ao varejo. Emissões “especiais” de CRI destinadas somente aos grandes gestores, que costumam ter performance muito mais elevada que as LCI dos bancos de varejo.
Estudar e investir em Fundos Imobiliários tem sido minha alternativa para reproduzir, para mim mesmo e para meus filhos, aquilo que já fiz com as ações no passado. Pouco investimento + tempo = patrimônio.