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Para a COP28, Brasil apostará na recuperação de pastagens e integração lavoura-pecuária

Retomar produtividade de 30 milhões de hectares, como está previsto pelo governo brasileiro até 2030, contribuiria para evitar o desmatamento de outros 13 milhões de hectares

Área de pastagem degradada em Mãe do Rio (PA) (Mombak/Divulgação)

Área de pastagem degradada em Mãe do Rio (PA) (Mombak/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de novembro de 2023 às 15h46.

Divulgado nesta quarta-feira, 22, um documento elaborado pelo Grupo de Políticas Públicas (GPP) da USP, no âmbito do projeto de agricultura e alimentos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mostra os impactos da recuperação de pastagens degradadas para a agropecuária no Brasil.

Em escala nacional, a recuperação de 30 milhões de hectares de pastagens diminuiria a pressão por abertura de novas áreas, evitando desmatar outros 13,4 milhões de hectares de vegetação nativa. Com estes e outros dados em mãos, a delegação brasileira se prepara para embarcar para os Emirados Árabes, onde acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), a partir do dia 30 de novembro. 

Nesta edição da COP, a expectativa é que a discussão sobre soluções para o clima inclua o sistema agroalimentar, o que contribui para a alta expectativa sobre a presença do Brasil, sobretudo no que diz respeito à forma de produzir alimentos - e as emissões de gases de efeito estufa geradas a partir daí.

Conforme previsto no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura 2020-2030 (Plano ABC+), o Brasil assumiu o compromisso de recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030.

Leia também: O que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pensa sobre a Embrapa

Resultados a partir das áreas recuperadas

Apesar do nome complexo, o plano pode ser resumido em dois cenários: a recuperação de pastagens degradadas (RPD) e o uso da mesma área recuperada para integração lavoura-pecuária (iLP). Por meio de ambas as maneiras de recuperar o solo empobrecido e torná-lo nutritivo, as produções de pecuária de corte e de leite, respectivamente, podem aumentar em 38,9% e 15,2%, em relação à linha de base estimada para 2030 sem tais práticas de manejo.

A adoção da RPD, por exemplo, proporcionaria um aumento de 1,5% a 4,9% ao ano na produtividade média da pecuária. Outras atividades de criação, como suínos e aves, mostram potencial de crescimento de 10%.

Em relação ao cenário macroeconômico, a ampliação da produtividade na pecuária bovin proporcionaria um aumento no PIB real e do consumo real das famílias. Apenas com a adoção da recuperação de pastagens degradadas, o documento do governo federal estima que o PIB real acumulado em 2030 aumentaria em 1,3%, ou seja, R$ 164,1 bilhões.

Leia também: Pré COP-28: Brasil desembarca em Dubai como provedor de soluções climáticas pautado por ciência

"Ao incluir a integração lavoura-pecuária, esse valor seria equivalente a R$ 202,4 bilhões, em relação à linha de base em 2030, devido a produção de milho e soja", aponta o documento.

Tanto na recuperação de pastagens quanto no manejo integrado entre lavoura e pasto, é visto que há um aumento das áreas de plantio agrícola, cuja projeção é de aumento de 23,3% da produção de soja.

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