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Fusão da Bunge com Viterra pode criar gigante agro de US$ 25 bi

Fusão criaria uma trading grande o suficiente para fazer frente à Cargil e à Archer-Daniels-Midland

Bunge headquarters in Chesterfield, Missouri, US, on Wednesday, Feb. 15, 2023. (Bloomberg/Bloomberg)

Bunge headquarters in Chesterfield, Missouri, US, on Wednesday, Feb. 15, 2023. (Bloomberg/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de maio de 2023 às 15h26.

O mercado de commodities agrícolas se prepara para um acordo há muito esperado que criaria uma gigante de US$ 25 bilhões, capaz de competir com os maiores players do mundo.

A Bunge está em negociações para uma possível fusão com a Viterra, a unidade de grãos da Glencore. Após anos de idas e vindas, desta vez o CEO da Bunge, Greg Heckman, que esteve à frente de uma forte reviravolta na empresa, lidera a ofensiva.

A fusão criaria uma trading grande o suficiente para fazer frente à Cargil e à Archer-Daniels-Midland. Também completaria a volta por cima da Bunge sob o comando de Heckman, que, desde que assumiu há cerca de quatro anos, transformou a empresa de uma operação que perdia dinheiro em uma líder no setor de oleaginosas.

“A fusão faz muito sentido”, disse Jonathan Kingsman, ex-operador de commodities e autor de um livro sobre o setor. “Você combina o maior esmagador de oleaginosas do mundo com uma das principais operadoras de grãos.”

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Durante a maior parte de sua existência — desde sua origem em Amsterdã há mais de dois séculos — a Bunge foi principalmente uma trading de grãos. Sua expansão para as Américas fez com que se tornasse o B do quarteto de tradings que dominavam os mercados agrícolas, conhecido como ABCD. As outros são ADM, Cargill e Louis-Dreyfus.

Mas durante anos de safras gigantes que reduziram as margens, a Cargill e a ADM se voltaram para setores mais lucrativos, como carne e nutrição animal. Por outro lado, Bunge e Dreyfus — cuja proprietária bilionária Margarita Louis-Dreyfus estava focada em comprar a participação de outros membros da família — perderam terreno.

De 2014 a 2018, a ação da Bunge caiu cerca de 35%. Depois que uma aposta errada nos preços da soja resultou em um perda trimestral surpresa em 2018, investidores ativistas da D.E. Shaw e Continental Grain ajudaram a derrubar o então CEO Soren Schroder.

Bunge: 80% de aumento de valor de mercado

Heckman foi cuidadosamente escolhido por suas credenciais de operador e negociador, e por muitos anos houve especulações de que o novo CEO estava preparando a venda da Bunge. Ele passou anos cortando custos, vendendo negócios de baixo desempenho e focando na gestão de riscos. Ele se concentrou em tornar a Bunge uma gigante das oleaginosas, processando tudo, desde soja a canola e sementes de girassol para fazer óleo de cozinha e ração animal.

Mas, em vez de colocar a Bunge à venda, Heckman reergueu a trading: seu valor de mercado ganhou cerca de 80% e a empresa agora está com dinheiro de sobra.

“Temos o poder de fogo para fazer um negócio maior se fizer sentido, mas as coisas precisam fazer sentido”, disse o CEO em fevereiro

O antecessor de Heckman rejeitou uma tentativa da Glencore de comprar a Bunge em 2017. Desta vez a Bunge que foi ao ataque. Uma opção em discussão é um acordo em ações, em que os acionistas da Bunge deteriam o controle, disseram pessoas familiarizadas com as negociações.

A Glencore, que há anos analisa maneiras de extrair valor da Viterra, está aberta a negociar com um concorrente, disse o CEO Gary Nagle no início deste ano. Outras opções seriam venda de uma participação a um novo investidor ou um IPO, disse Nagle em fevereiro.

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